O Brasil deste começo de segundo mandato de Lula é um país bastante diferente do que o presidente encontrou em 2003. Naquele ano, a inflação anual passava dos dois dígitos, o dólar estava valendo perto de R$ 4 e o risco-país estava na casa dos dois mil pontos. A economia estava desorganizada, o que obrigou o novo governo a impor um "choque de credibilidade" que resultou em um primeiro ano de estagnação econômica. Hoje, tudo é muito diferente. A inflação está em 3% ao ano, o risco-país bate recorde a cada semana – felizmente, recorde positivo, isto é, está cada dia mais baixo – e, conforme se pode observar na reportagem abaixo, na versão do site G1, a economia segue em fase de crescimento.
Os números já eram esperados pelo mercado, que estimava um crescimento entre 2,9% e 4,8%, mas é bom reparar que a taxa obtida está mais perto das expectativas mais otimistas. Um dado importante é o crescimento de 7,2% nos investimentos, que indica uma provável taxa de crescimento da economia como um todo ainda maior nos próximos períodos.
O PIB diz respeito ao comportamento dos agentes econômicos, mas serve também para explicar muita coisa na esfera política. Basta fazer um gráfico com as taxas de crescimento da economia par observar, ao longo da história do Brasil, que os momentos de crise política mais agudas, que de fato resultaram em mudanças institucionais, em geral coincidem com períodos de recessão econômica. Foi assim, por exemplo, no final da ditadura militar (crise de 81/82), no ocaso do governo Sarney (1989) e no impeachment de Collor. Uma forma de entender este fenômeno é pensar que o povão acha todos os políticos um pouco corruptos e só se irrita de verdade quando sente que eles estão roubando e a sua própria situação está piorando. Se os políticos roubam, mas o país está indo bem, há empregos e a renda cresce, a população já não reage da mesma maneira, há um grau de tolerância maior.
Aparentemente, é o que acontece no governo Lula. As denúncias de corrupção pululam desde o escândalo do mensalão e não cessaram neste começo de segundo mandato, ao contrário, têm sido bastante divulgadas pela grande imprensa nacional, com destaque muitas vezes bem além do que seria desejável por critérios jornalísticos sérios. As oposições também batem o bumbo e, de forma bastante exagerada, chegam a dizer que este é o "governo mais corrupto da história". Nada disto, porém, afeta a imagem pessoal do presidente Lula ou de seu governo. A oposição não consegue bancar o "Fora Lula" exatamente porque a economia vai muito bem e o povão, comparando a Era FHC com os primeiros anos de Lula, deve concluir que roubalheira por roubalheira, as ocorridas sob Lula estão sendo investigadas e ocorrem com o país melhorando bastante. Antes, também havia corrupção e a economia só fazia piorar...
Abaixo, a versão do G1 para o crescimento do PIB brasileiro.
PIB brasileiro cresce 4,3% no 1º trimestre
O número se refere à comparação de todas as riquezas produzidas pelo país nos três primeiros meses do ano com o dado do mesmo período de 2006. Em relação ao último trimestre do ano passado, houve expansão de 0,8%. Com o crescimento, o PIB alcançou R$ 596,2 bilhões no primeiro trimestre do ano. A Agropecuária registrou R$ 28,7 bilhões; a Indústria, R$ 147,6 bilhões; e os Serviços, R$ 334,7 bilhões. Em relação à demanda, o Consumo das Famílias totalizou R$ 368,2 bilhões, o Consumo do Governo, R$ 114,3 bilhões e os investimentos, R$ 102,6 bilhões. Setores Na primeira comparação, os setores que puxaram o crescimento foram Serviços (4,6%), Indústria (3%) e Agropecuária (2,1%). O resultado do setor de Serviço é o melhor desde o quarto trimestre de 2004 (5,1%), puxado pelo desempenho de bancos e seguradoras (9,2%), serviços de informação (7,3%) e pelo comércio (6%). Outro destaque foi o crescimento de 7,2% nos investimentos, explicado, segundo o IBGE, pelo aumento da produção e da importação de máquinas e equipamentos. O consumo das famílias teve expansão de 6%, enquanto o consumo do governo cresceu 4%. O comércio exterior apresentou alta de 5,9% nas exportações e 19,9% nas importações. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, os destaques foram o aumento nos gastos do (3,5%). Os investimentos cresceram 2,1%, seguidos pelo consumo das famílias (0,9%). As exportações apresentaram crescimento de 1,2% e as importações, de 4,1%. Ainda na primeira comparação, a taxa de 4,3% para o PIB é melhor que a registrada no começo de 2006 (4,1%), mas está abaixo do resultado obtido no quarto trimestres do ano passado (4,8%). Em relação ao trimestre imediatamente anterior (0,8%), o PIB está abaixo dos resultados do primeiro e quarto trimestres de 2006, respectivamente 1,3% e 1,1%. O IBGE também divulgou uma outra comparação do PIB, que considera o período de um ano encerrado em março de 2007. Nesse caso, a taxa passou de 3,7% no final do ano passado para 3,8% no final do primeiro trimestre deste ano.
Os números já eram esperados pelo mercado, que estimava um crescimento entre 2,9% e 4,8%, mas é bom reparar que a taxa obtida está mais perto das expectativas mais otimistas. Um dado importante é o crescimento de 7,2% nos investimentos, que indica uma provável taxa de crescimento da economia como um todo ainda maior nos próximos períodos.
O PIB diz respeito ao comportamento dos agentes econômicos, mas serve também para explicar muita coisa na esfera política. Basta fazer um gráfico com as taxas de crescimento da economia par observar, ao longo da história do Brasil, que os momentos de crise política mais agudas, que de fato resultaram em mudanças institucionais, em geral coincidem com períodos de recessão econômica. Foi assim, por exemplo, no final da ditadura militar (crise de 81/82), no ocaso do governo Sarney (1989) e no impeachment de Collor. Uma forma de entender este fenômeno é pensar que o povão acha todos os políticos um pouco corruptos e só se irrita de verdade quando sente que eles estão roubando e a sua própria situação está piorando. Se os políticos roubam, mas o país está indo bem, há empregos e a renda cresce, a população já não reage da mesma maneira, há um grau de tolerância maior.
Aparentemente, é o que acontece no governo Lula. As denúncias de corrupção pululam desde o escândalo do mensalão e não cessaram neste começo de segundo mandato, ao contrário, têm sido bastante divulgadas pela grande imprensa nacional, com destaque muitas vezes bem além do que seria desejável por critérios jornalísticos sérios. As oposições também batem o bumbo e, de forma bastante exagerada, chegam a dizer que este é o "governo mais corrupto da história". Nada disto, porém, afeta a imagem pessoal do presidente Lula ou de seu governo. A oposição não consegue bancar o "Fora Lula" exatamente porque a economia vai muito bem e o povão, comparando a Era FHC com os primeiros anos de Lula, deve concluir que roubalheira por roubalheira, as ocorridas sob Lula estão sendo investigadas e ocorrem com o país melhorando bastante. Antes, também havia corrupção e a economia só fazia piorar...
Abaixo, a versão do G1 para o crescimento do PIB brasileiro.
PIB brasileiro cresce 4,3% no 1º trimestre
O número se refere à comparação de todas as riquezas produzidas pelo país nos três primeiros meses do ano com o dado do mesmo período de 2006. Em relação ao último trimestre do ano passado, houve expansão de 0,8%. Com o crescimento, o PIB alcançou R$ 596,2 bilhões no primeiro trimestre do ano. A Agropecuária registrou R$ 28,7 bilhões; a Indústria, R$ 147,6 bilhões; e os Serviços, R$ 334,7 bilhões. Em relação à demanda, o Consumo das Famílias totalizou R$ 368,2 bilhões, o Consumo do Governo, R$ 114,3 bilhões e os investimentos, R$ 102,6 bilhões. Setores Na primeira comparação, os setores que puxaram o crescimento foram Serviços (4,6%), Indústria (3%) e Agropecuária (2,1%). O resultado do setor de Serviço é o melhor desde o quarto trimestre de 2004 (5,1%), puxado pelo desempenho de bancos e seguradoras (9,2%), serviços de informação (7,3%) e pelo comércio (6%). Outro destaque foi o crescimento de 7,2% nos investimentos, explicado, segundo o IBGE, pelo aumento da produção e da importação de máquinas e equipamentos. O consumo das famílias teve expansão de 6%, enquanto o consumo do governo cresceu 4%. O comércio exterior apresentou alta de 5,9% nas exportações e 19,9% nas importações. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, os destaques foram o aumento nos gastos do (3,5%). Os investimentos cresceram 2,1%, seguidos pelo consumo das famílias (0,9%). As exportações apresentaram crescimento de 1,2% e as importações, de 4,1%. Ainda na primeira comparação, a taxa de 4,3% para o PIB é melhor que a registrada no começo de 2006 (4,1%), mas está abaixo do resultado obtido no quarto trimestres do ano passado (4,8%). Em relação ao trimestre imediatamente anterior (0,8%), o PIB está abaixo dos resultados do primeiro e quarto trimestres de 2006, respectivamente 1,3% e 1,1%. O IBGE também divulgou uma outra comparação do PIB, que considera o período de um ano encerrado em março de 2007. Nesse caso, a taxa passou de 3,7% no final do ano passado para 3,8% no final do primeiro trimestre deste ano.
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