Muita gente com vasta experiência em análise política estranha o processo que está abatendo Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado. A pergunta clássica – a quem interessa (a queda de Renan)? – não tem, até o momento, respostas conclusivas. O governo tem no presidente do Senado um aliado até bastante fiel, a se considerar o índice de traição na amplíssima base que sustenta o presidente Lula. O PT tem defendido Calheiros de forma bastante elegante, talvez com mais contundência até do que o apoio dos peemedebistas. O PSDB também ficou na muda, nada faz contra Calheiros, até pela estreita relação do presidente do Senado com o governador de Alagoas, o tucano Teo Vilela. No Democratas, há um ou outro senador fazendo bravatas, mais interessado em dar show para a opinião pública do que propriamente condenar Renan Calheiros. Oposição de verdade, o presidente do Senado só encontra no PSOL, PV e PPS. É muito pouco para um enredo que envolve Polícia Federal, TV Globo, uma suposta chantagem no valor de R$ 20 milhões e a exposição pública da vida íntima do senador.
A teoria conspiratória clássica diz que há sempre um grande jogo de interesses por trás deste tipo de operação, ainda que não fique claro quem são os interessados na jogada. Os renanzistas já vazaram que o principal articulador das denúncias foi o usineiro João Lyra, candidato derrotado por Teo Vilela ao governo de Alagoas. Nesta versão, tratar-se-ia de uma vingança política, a velha guerra regional de coronéis. Pode até ser, mas há alguns pontos obscuros nesta versão: Lyra pode ser um homem influente e rico, mas não tem poder para convencer a TV Globo de entrar na cruzada contra Calheiros. Alguém se juntou a Lyra no desenrolar dos acontecimentos, percebendo que o presidente do Senado se fragilizou? É possível, e isto não está claro até o momento. Também pode ser, porém, que a teoria conspiratória não se aplique neste caso e tudo não passe de uma guerra local que ganhou dimensão nacional pelo cargo ocupado por um dos contendores.
A teoria conspiratória clássica diz que há sempre um grande jogo de interesses por trás deste tipo de operação, ainda que não fique claro quem são os interessados na jogada. Os renanzistas já vazaram que o principal articulador das denúncias foi o usineiro João Lyra, candidato derrotado por Teo Vilela ao governo de Alagoas. Nesta versão, tratar-se-ia de uma vingança política, a velha guerra regional de coronéis. Pode até ser, mas há alguns pontos obscuros nesta versão: Lyra pode ser um homem influente e rico, mas não tem poder para convencer a TV Globo de entrar na cruzada contra Calheiros. Alguém se juntou a Lyra no desenrolar dos acontecimentos, percebendo que o presidente do Senado se fragilizou? É possível, e isto não está claro até o momento. Também pode ser, porém, que a teoria conspiratória não se aplique neste caso e tudo não passe de uma guerra local que ganhou dimensão nacional pelo cargo ocupado por um dos contendores.
Com a queda de Renan a oposicao nao teria chances de conseguir a presidencia do Senado?
ResponderExcluirDuvido muito.
ResponderExcluirE a Globo não teria visto uma oportunidade de ela sim dar um xeque-mate no Lula, na renovação da concessão e no caso da tevê digital?
ResponderExcluirOu como lembra o Jorge HOri: a TV Globo vem perdendo audiência, nas novelas e no JN, nada melhor para aumentar audiência que um escândalo. E até o Zuenir Ventura disse hoje que a reportagem do JOrnal Nacional de quinta-feira passada "redimiu o jornalismo brasileiro" (até o Zuenir, quem diria?)
ResponderExcluirA reportagem da Globo é uma maldade que qualquer jornalista propõe na redação. Todo jornalista queria apurar os contratos apresentados pelo presidente do Senado.
ResponderExcluirO improvável desta história é a TV Globo publicar a matéria.
Achar que a TV Globo fez isto só por audiência é ingenuidade.
E o sumiço do senador José Sarney? Nunca o vi tão quietinho.