Em mais uma colaboração para o Entrelinhas, Jorge Rodini, diretor do instituto de pesquisas Engrácia Garcia, faz um comentário desta vez sobre um assunto que não está explicitamente em voga, mas que na verdade deveria ser um dos focos centrais do debate sobre a corrupção: a reforma administrativa. A seguir, o texto de Rodini.
Frequentemente ouço amigos reclamarem que gostariam de entrar na vida pública, mas que o salário não compensa. Muitos são convidados para serem secretários de algum município, mas quando descobrem as condições de trabalho, resolvem definitivamente ficar nas suas empresas. Empresas que, via de regra, geram bons lucros e muitos empregos.
É contraditório perdermos potenciais grandes colaboradores porque o prefeito não pode pagar melhor. Nesta hora, surge a Lei de Responsabilidade Fiscal para isentar o alcaide de culpa.
Se analisarmos os penduricalhos de cada secretaria num município de porte médio, por exemplo, veirificaremos o porque do gasto com salários estar sempre no limite máximo da Grande Lei. Existem muitos "aspones" – o clássico "assessor de porra nenhuma" – sem função alguma ganhando um quarto, um terço, às vezes metade do salário do secretário. E, muitas vezes, nem se tem um lugar físico para o "aspone" ficar.
Claro que há exceções, mas em geral o profissional só aceita o convite para ser secretário porque é muito amigo do prefeito. Mas e os que não são tão amigos? As cidades precisam se modernizar, cobrar melhor os impostos de quem é proprietário de grandes áreas, implantar justiça social, ter um Plano Diretor adequado e reestruturar o Plano de Cargos e Salários, principalmente das chefias e secretarias qua realmente sejam importantes.
Não há porque criar novas secretarias quando não se consegue remunerar bem o quadro todo. Estou, evidentemente, falando de salário compatível com o cargo na iniciativa privada e não dos famigerados ganhos de Marajás, de má lembrança e boa lambança.
O problema é que todos nós, inclusive os convidados a estes cargos, quase sempre se envergonham dos aumentos dos salários e verbas aos Deputados Federais e Senadores, concedidos por eles mesmos. Fica sempre um sentimento de que, no Brasil, só servem para ocupar os grandes cargos municipais aposentados, pessoas que eram mal remuneradas ou amigos do prefeito.
É pouco, muito pouco, para conseguirmos a excelência dos serviços que a população exige.
Frequentemente ouço amigos reclamarem que gostariam de entrar na vida pública, mas que o salário não compensa. Muitos são convidados para serem secretários de algum município, mas quando descobrem as condições de trabalho, resolvem definitivamente ficar nas suas empresas. Empresas que, via de regra, geram bons lucros e muitos empregos.
É contraditório perdermos potenciais grandes colaboradores porque o prefeito não pode pagar melhor. Nesta hora, surge a Lei de Responsabilidade Fiscal para isentar o alcaide de culpa.
Se analisarmos os penduricalhos de cada secretaria num município de porte médio, por exemplo, veirificaremos o porque do gasto com salários estar sempre no limite máximo da Grande Lei. Existem muitos "aspones" – o clássico "assessor de porra nenhuma" – sem função alguma ganhando um quarto, um terço, às vezes metade do salário do secretário. E, muitas vezes, nem se tem um lugar físico para o "aspone" ficar.
Claro que há exceções, mas em geral o profissional só aceita o convite para ser secretário porque é muito amigo do prefeito. Mas e os que não são tão amigos? As cidades precisam se modernizar, cobrar melhor os impostos de quem é proprietário de grandes áreas, implantar justiça social, ter um Plano Diretor adequado e reestruturar o Plano de Cargos e Salários, principalmente das chefias e secretarias qua realmente sejam importantes.
Não há porque criar novas secretarias quando não se consegue remunerar bem o quadro todo. Estou, evidentemente, falando de salário compatível com o cargo na iniciativa privada e não dos famigerados ganhos de Marajás, de má lembrança e boa lambança.
O problema é que todos nós, inclusive os convidados a estes cargos, quase sempre se envergonham dos aumentos dos salários e verbas aos Deputados Federais e Senadores, concedidos por eles mesmos. Fica sempre um sentimento de que, no Brasil, só servem para ocupar os grandes cargos municipais aposentados, pessoas que eram mal remuneradas ou amigos do prefeito.
É pouco, muito pouco, para conseguirmos a excelência dos serviços que a população exige.
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