Henrique Meirelles e companhia desta vez aprontaram para o lado do bem. O corte de um ponto percentual na Selic não era absolutamente esperado pelo mercado - a expectativa variava entre um corte de meio ponto a no máximo 0,75. O corte maior indica duas coisas: o BC vê a inflação sob controle; e a queda da atividade econômica pode ser mais grave do que o governo gostaria. De qualquer maneira, foi uma medida positiva e arrojada diante da crise econômica mundial. Agora o Brasil finalmente chega a uma taxa de juros básica de um dígito e caminha para o juro real próximo das economias emergentes. Não é nada, não é nada, boas notícias não acontecem todo dia.
A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue...
Como diz o Cara: nunca na história deste país...
ResponderExcluirLuiz,
ResponderExcluiracho que em dezembro eu escrevi no meu blog que com essa crise tinha um cidadão feliz: Henrique Meirelles.
Sem ela, o Brasil ainda estaria com aquele cenário de crescimento de 6%, inflação na casa dos 7%, 8%, déficits em conta corrente etc.
Tudo isso teria que ser combatido via política monetária. E já estava em andamento um aperto monetário no segundo semestre de 2008, aperto que seria radicalizado ainda mais. Sem a crise, a gente estaria discutindo hoje uma Selic na casa dos 16, 17% e o Meirelles teria que andar com vários ternos na bolsa, para ir trocando os manchados pelos tomates. Hoje ele está rindo a toa. Está sendo elogiado até pela CNI (FIESP, CUT e Força Sindical não contam, pois reclamar faz parte do estatuto).
Tirando os efeitos da queda na demanda externa (sobre a qual não temos controle), a crise apenas radicalizou uma desaceleração que era inevitável e desejada pelo governo. Radical no sentido de forte e rápida.
E aí temos dois pontos para colocar na balança: a desaceleração forçada veio com muito menos custos para a política fiscal e permitiu um alívio monetário inédito; ao mesmo tempo em que foi uma tragédia para os investimentos produtivos e estes têm um peso muito grande no PIB.
A população, o consumidor, a demanda interna foi a que menos perdeu. A inflação caiu, a massa salarial se manteve em crescimento e o governo ainda aliviou impostos. Sofreu com o aumento do spread, mas este tem pouco peso nos supermercados, local onde, afinal de contas, o nosso povo fica realmente feliz.
E quanto às previsões, siga o exemplo do Delfim hoje na Folha, perguntado por que todos erraram: "Leva à conclusão de que o mercado não sabe nada."
A queda de 100 pontos não me surpreendeu, pois ao contrário de muitos analistas, os técnicos da minha consultoria DataCafuringa, acreditam que o Copom olha mais para o IGP, em especial para o IPA, e menos para o PIB, câmbio ou IPCA. E ambos estão em deflação no ano e estarão, daqui a três ou quatro meses, em deflação em 12 meses. E isso significa preços administrados em baixa.
Mas seguindo a tese do tobogã, não acredito que a Selic vai se manter nesse patamar nesse patamar quando a economia voltar a se aquecer, ainda mais com a queda impressionante nos investimentos.
A teoria do tobogã pode ser lida em:
http://www.aleporto.com.br/blog.php?tema=6&post=1742
Bacana a análise do amigo aqui em cima. Mudando de assunto: nada na capa da Folha de hoje sobre o empréstimo do Brasil ao FMI. É que não convém, né?
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