Conforme a análise de ontem, surgiu hoje mais um capítulo da crise sem fim do Senado da República, com o aparecimento de uma outra conta bancária da Casa, que supostamente maneja o dinheiro por meio de uma Conta Única (não tão única assim, foi-se descobrir). Um aspecto interessante da questão é que os sucessivos escândalos na Casa Alta estão ajudando os parlamentares da Casa Baixa. De fato, deve ter um monte de deputado comemorando o péssimo momento de seus colegas senadores. Gente como Fabio Faria, o namoradinho de Adriante Galisteu, Edmar Moreira, o homem do Castelo, aquele outro que "se lixa", todos eles estão suspirando aliviados com o desenvolvimento da crise no legislativo. Pegou o Senado, mas até agora não pegou a Câmara. O que também se deve à enorme habilidade do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), que trabalha muito bem com ações para protelar certas investigações, deixando assim que o tempo cure as feridas (mais do que o tempo, a crise seguinte, porque o Congresso não vive sem crise...). Da CPI da Petrobras, então, ninguém fala mais nada. Está tudo suspenso, esperando José Sarney (não) tomaras providências necessárias para esvaziar a lixeira do Senado. Mas os deputados precisam ficar espertos, uma hora dessas algum senador se lembra de que o melhor a fazer quando há uma crise é criar outra ali do lado. Este blog aposta que nem vai demorar muito...
No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...
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