Conforme a análise de ontem, surgiu hoje mais um capítulo da crise sem fim do Senado da República, com o aparecimento de uma outra conta bancária da Casa, que supostamente maneja o dinheiro por meio de uma Conta Única (não tão única assim, foi-se descobrir). Um aspecto interessante da questão é que os sucessivos escândalos na Casa Alta estão ajudando os parlamentares da Casa Baixa. De fato, deve ter um monte de deputado comemorando o péssimo momento de seus colegas senadores. Gente como Fabio Faria, o namoradinho de Adriante Galisteu, Edmar Moreira, o homem do Castelo, aquele outro que "se lixa", todos eles estão suspirando aliviados com o desenvolvimento da crise no legislativo. Pegou o Senado, mas até agora não pegou a Câmara. O que também se deve à enorme habilidade do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), que trabalha muito bem com ações para protelar certas investigações, deixando assim que o tempo cure as feridas (mais do que o tempo, a crise seguinte, porque o Congresso não vive sem crise...). Da CPI da Petrobras, então, ninguém fala mais nada. Está tudo suspenso, esperando José Sarney (não) tomaras providências necessárias para esvaziar a lixeira do Senado. Mas os deputados precisam ficar espertos, uma hora dessas algum senador se lembra de que o melhor a fazer quando há uma crise é criar outra ali do lado. Este blog aposta que nem vai demorar muito...
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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