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FHC já comprou arsênico...

Era só o que faltava. Está no El País, um dos jornais mais sérios do planeta: Barack Obama quer Lula no comando do Banco Mundial. Se isto se concretizar, será o equivalente à queda da Bastilha para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Lula, o ignaro, ocupando o espaço que deveria ser dele, o príncipe da sociologia, homem culto e de hábitos refinados, talhado para uma posição como esta... Um homem que passou a vida sonhando com os rapapés entre seus pares, homens igualmente finos e lidos (a maioria de olhos muito azuis e brancos como a neve). É, deve ser mesmo um pesadelo para Cardoso: nos EUA, um mulatinho insolente ganha a presidência e resolve se engraçar com o pau de arara que depois de tanto insistir acabou presidente do Brasil. O pior pesadelo, como se sabe, é a realidade. Para FHC e seus áulicos, tudo isto pode ser demais da conta. Este blog roga aos doutores que dão plantão nos arredores de Higienópolis que fiquem muito atentos nas próximas noites. Um homem desesperado pode ligar...

Abaixo, a notícia que enlutou o tucanato henriquista.


Obama quer que Lula seja o próximo presidente do Banco Mundial, diz revista Exame
Juan Arias no Rio de Janeiro

O presidente norte-americano Barack Obama está interessado em que o Banco Mundial, depois da crise financeira atual, tenha uma estrutura mais focada às políticas sociais e mais preocupada com os países mais pobres do planeta. Para isso, Obama teria proposto para a presidência da instituição o nome do presidente brasileiro, o ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva, a quem define como "o político mais popular do mundo".


A notícia chegou à imprensa no número que acaba de chegar às bancas da prestigiosa revista econômica brasileira "Exame", do grupo Abril. Assinada pelo colunista semanal, Marcelo Onaga, a informação não foi confirmada nem desmentida pelo governo, nem pelos setores da diplomacia. Questionado por "El País", o chefe do gabinete de imprensa de Lula, o diplomata Marclo Baumbach, respondeu: "Para a Presidência da República o assunto deve ser tratado como rumor, sobre o qual não cabe fazer comentários".

Em sua coluna, Onaga escreve: "Representantes do presidente americano teriam consultado informalmente pessoas próximas a Lula para saber qual seria a reação do presidente brasileiro ao convite [para presidir o Banco Mundial]. Ouviram que, no mínimo, Lula se sentiria honrado". Consultado por telefone, o jornalista de "Exame", confirmou que sua fonte foi o Departamento de Estado norte-americano, ainda que a notícia não seja ainda oficial. A pessoa próxima a Lula consultada pelos assessores de Obama seria alguém de total confiança do presidente, segundo Onaga, que pediu a este jornal para não ter o nome da fonte publicada.

Lula é conhecido como um político latino-americano que soube conciliar - como ressaltou ontem (1º) em seu discurso de posse como presidente de El Salvador, Maurício Funes - "uma política econômica severa com políticas sociais de grande alcance". Entre outros mandatários presentes no ato, estavam Lula e a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Ela se mostrou de acordo com as palavras de Funes. O novo presidente salvadorenho afirmou em seu discurso que ele se inspirou na política de dois presidentes atuais: Obama e Lula.

Se confirmado a presidência de Lula no Banco Mundial, seria a primeira vez em 65 anos que à frente da instituição estaria um não norte-americano. O mandato do atual presidente, Robert Zoellick, termina em 2011 e Lula deverá deixar o seu cargo exatamente em janeiro de 2011.

Lula, que não fala inglês, seria uma figura simbólica no Banco Mundial, que representaria uma alma nova na instituição, uma alma de aspecto social, e faria com que Obama oferecesse ao mundo uma espécie de redenção de uma instituição acusada tantas vezes de fazer uma política voltada aos mais ricos do planeta. O presidente brasileiro tem criticado várias vezes ao longo da crise econômica a política elitista do Banco Mundial.

Tradução: Edilson Saçashima

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