A nota reproduzida a seguir está no blog do Noblat e é um retrato acabado de uma oposição que não sabe como se colocar na eleição de 2010. Se continuar eleogiando Lula, José Serra (PSDB) acaba se tornando cabo eleitoral de Dilma Rousseff. Por outro lado, se bater no presidente, sua situação se complica, especialmente no Nordeste. É complicado e não deixa de ser irônico: talvez ficar quieto seja mesmo a melhor estratégia para o governador de São Paulo. E é o que ele tem feito, salvo raras exceções como a da entrevista abaixo.
"Em 2010 não há candidato natural. Favorito até que tem"
O governador José Serra, de Sao Paulo, foi no fim de semana a uma festa de São João promovida em Pernambuco pelo senador Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB. A repórter Cecília Ramos, do Jornal do Commercio, arrancou-lhe uma entrevista. Seguem os principais trechos:
Aliados têm se queixado que o senhor não viaja, fica em São Paulo. Já a presidenciável do PT, a ministra Dilma Rousseff, tem circulado.
Nunca ouvi (queixa). Nunca deixei de circular pelo país. A cada dez dias tenho viagem fora de São Paulo. O Brasil é grande e por isso não parece que viajo. Não dá para estabelecer uma corrida. A Dilma está antecipando (a eleição). Não farei isso, mas não quer dizer que não tenho disposição para concorrer. Tenho disposição e vamos resolver isso na hora certa.
Seu nome apareceu em primeiro lugar, na última pesquisa CNI/Ibope de intenção de votos para presidente da República. Isso o anima?
O que eu presto atenção em pesquisa é avaliação da população sobre minha atuação como homem público. Tudo o que vejo é que, depois do Lula, eu sou o mais bem avaliado nas pesquisas. Eu acho isso ótimo, porque estou afastado do cenário nacional desde 2002. Não tive nenhum cargo nacional, nem estou presente na mídia nacional. Fico honrado. Acho que isso se deve a minha atuação passada (ministro do Planejamento e da Saúde no governo Fernando Henrique Cardoso) e meu desempenho em São Paulo que acaba irradiando. Quando eu vim aqui na campanha do ano passado, eu fui a uns quatro municípios e, no discurso, eu perguntava: ‘quem tem parente em São Paulo?’ A maioria levantou a mão. É um estado que o pessoal está ligado. E eu tenho lá um enorme apoio entre as pessoas que vieram daqui. Aquela música que eu cantei hoje (Baião, de Luiz Gonzaga, que ele cantou em Limoeiro), aprendi quando eu era criança. Porque sou da Moca, um bairro operário, onde chegavam os imigrantes nordestinos.
Alguns adversários o apontam como um político voltado para o Sul e o Sudeste. Como encara a crítica?
Sempre trabalhei com projeto para o País. Eu sou um político nacional. Nunca fui local. Comecei minha militância política no plano nacional e comecei minha campanha a presidente da UNE em Pernambuco. Fiquei exilado 14 anos e isso sempre me induziu a ter uma visão agregada do Brasil. Quem me acompanhou no Congresso e nos ministérios sabe que minhas principais atividades foram por questões nacionais. Posso até não demonstrar isto, mas, sem nenhum exagero, poucos políticos nacionais fizeram tanto pelo Nordeste quanto eu. Se tiver essa crítica de que não olho o Nordeste não vai pegar.
O senhor é taxado como um político sisudo e que não fala para as massas. Procede?
Quem me conhece de perto sabe que sou bem humorado e tenho interesses que vão além de economia e política. Na vida, você tem a sua personalidade própria e a social. A social é feita pelos outros, você não tem como interferir. Eu não estou falando de carisma, que é uma coisa mais complexa. Em geral, quem tem carisma é quem ganha eleição. Perdeu, não tem carisma. Em São Paulo ninguém diz que não tenho carisma.
Qual a avaliação que o senhor faz do governo Lula?
Vamos ter que fazer esse balanço mais para frente. Agora é indiscutível que o Lula tem uma popularidade imensa. A minha relação de governador com o presidente é boa, de cooperação.
Qualquer candidato apoiado por Lula é forte?
Sem duvida. Qualquer candidato do PT é forte. É o partido do governo. A eleição do ano que vem será a mais disputada desde que foi reestabelecida as eleições diretas. Fernando Collor (primeiro presidente eleito por voto direto após o Regime Militar, em 1989) foi aquele fenômeno atípico. Fernando Henrique Cardoso ganhou e foi reeleito na esteira do Plano Real. Em 2002, eu fui bem, afinal de contas tive grande votação, mas estava claro que o país queria o Lula. No ano que vem não há um candidato natural. Favorito até que tem. Mas vai ser uma eleição mais disputada. E o Lula não vai ser candidato no ano que vem. Aí é que nós vamos ver!
O senhor é o favorito?
Isso você só não pode dizer que foi eu que falei. Leia mais no blog de Jamildo
"Em 2010 não há candidato natural. Favorito até que tem"
O governador José Serra, de Sao Paulo, foi no fim de semana a uma festa de São João promovida em Pernambuco pelo senador Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB. A repórter Cecília Ramos, do Jornal do Commercio, arrancou-lhe uma entrevista. Seguem os principais trechos:
Aliados têm se queixado que o senhor não viaja, fica em São Paulo. Já a presidenciável do PT, a ministra Dilma Rousseff, tem circulado.
Nunca ouvi (queixa). Nunca deixei de circular pelo país. A cada dez dias tenho viagem fora de São Paulo. O Brasil é grande e por isso não parece que viajo. Não dá para estabelecer uma corrida. A Dilma está antecipando (a eleição). Não farei isso, mas não quer dizer que não tenho disposição para concorrer. Tenho disposição e vamos resolver isso na hora certa.
Seu nome apareceu em primeiro lugar, na última pesquisa CNI/Ibope de intenção de votos para presidente da República. Isso o anima?
O que eu presto atenção em pesquisa é avaliação da população sobre minha atuação como homem público. Tudo o que vejo é que, depois do Lula, eu sou o mais bem avaliado nas pesquisas. Eu acho isso ótimo, porque estou afastado do cenário nacional desde 2002. Não tive nenhum cargo nacional, nem estou presente na mídia nacional. Fico honrado. Acho que isso se deve a minha atuação passada (ministro do Planejamento e da Saúde no governo Fernando Henrique Cardoso) e meu desempenho em São Paulo que acaba irradiando. Quando eu vim aqui na campanha do ano passado, eu fui a uns quatro municípios e, no discurso, eu perguntava: ‘quem tem parente em São Paulo?’ A maioria levantou a mão. É um estado que o pessoal está ligado. E eu tenho lá um enorme apoio entre as pessoas que vieram daqui. Aquela música que eu cantei hoje (Baião, de Luiz Gonzaga, que ele cantou em Limoeiro), aprendi quando eu era criança. Porque sou da Moca, um bairro operário, onde chegavam os imigrantes nordestinos.
Alguns adversários o apontam como um político voltado para o Sul e o Sudeste. Como encara a crítica?
Sempre trabalhei com projeto para o País. Eu sou um político nacional. Nunca fui local. Comecei minha militância política no plano nacional e comecei minha campanha a presidente da UNE em Pernambuco. Fiquei exilado 14 anos e isso sempre me induziu a ter uma visão agregada do Brasil. Quem me acompanhou no Congresso e nos ministérios sabe que minhas principais atividades foram por questões nacionais. Posso até não demonstrar isto, mas, sem nenhum exagero, poucos políticos nacionais fizeram tanto pelo Nordeste quanto eu. Se tiver essa crítica de que não olho o Nordeste não vai pegar.
O senhor é taxado como um político sisudo e que não fala para as massas. Procede?
Quem me conhece de perto sabe que sou bem humorado e tenho interesses que vão além de economia e política. Na vida, você tem a sua personalidade própria e a social. A social é feita pelos outros, você não tem como interferir. Eu não estou falando de carisma, que é uma coisa mais complexa. Em geral, quem tem carisma é quem ganha eleição. Perdeu, não tem carisma. Em São Paulo ninguém diz que não tenho carisma.
Qual a avaliação que o senhor faz do governo Lula?
Vamos ter que fazer esse balanço mais para frente. Agora é indiscutível que o Lula tem uma popularidade imensa. A minha relação de governador com o presidente é boa, de cooperação.
Qualquer candidato apoiado por Lula é forte?
Sem duvida. Qualquer candidato do PT é forte. É o partido do governo. A eleição do ano que vem será a mais disputada desde que foi reestabelecida as eleições diretas. Fernando Collor (primeiro presidente eleito por voto direto após o Regime Militar, em 1989) foi aquele fenômeno atípico. Fernando Henrique Cardoso ganhou e foi reeleito na esteira do Plano Real. Em 2002, eu fui bem, afinal de contas tive grande votação, mas estava claro que o país queria o Lula. No ano que vem não há um candidato natural. Favorito até que tem. Mas vai ser uma eleição mais disputada. E o Lula não vai ser candidato no ano que vem. Aí é que nós vamos ver!
O senhor é o favorito?
Isso você só não pode dizer que foi eu que falei. Leia mais no blog de Jamildo
As respostas das perguntas 2 e 4 são "ótemas"! Coitado, ele não tem projeção nacional? Controla os maiores meios de comunicação do país e governa o Estado que ele mesmo e a elite paulista dizem ser a locomotiva do país, e ainda tem a cara de pau de se fazer de coitado? É bem o que o PHA diz sobre essa desculpa esfarrapada dos tucanos de que "não sabem se comunicar". E a 4ª resposta, então? Falou o sr. Carisma, amado e idolatrado! Fala sério! Acho que ele diz que nunca ouviu ninguém dizer que ele não tem carisma porque só vive entre os puxa-sacos, a própria panelinha... O que eu acho engraçado nisso tudo é como esses caras falam uma coisa e fica por isso mesmo, como se fossem verdades incontestáveis, realidades claras a todos...
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