Vai ter gente dizendo que Obama nada tem a ver com o relatado abaixo, mas é óbvio que o presidente americano tem tudo a ver com a revogação da suspensão de Cuba na OEA. Aliás, na esfera política Barack Obama está realizando um trabalho bem intenso. Para quem dizia que nada iria mudar no mandato do democrata, as coisas até que estão acontecendo com rapidez. Abaixo, a matéria na versão da Folha Online.
OEA revoga suspensão de Cuba após 47 anos
colaboração para a Folha Online
Revertendo um dos marcos da Guerra Fria no continente, os chanceleres que participam da 39ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), realizado em Honduras, chegaram nesta quarta-feira a um acordo para revogar a suspensão de Cuba que começou há 47 anos, afirmou nesta terça-feira o ministro das Relações Exteriores do Equador, Fander Falconi.
"Já foi aprovada neste momento por todos os chanceleres, por consenso. Essa é uma notícia muito boa, reflete a mudança de época que se está vivendo na América Latina", disse Falconi aos jornalistas. Segundo o equatoriano, chegou-se "a um consenso sobre um texto que não impõe condições [para Cuba retornar à OEA]".
O governo americano, que foi representado no encontro nesta terça-feira pela secretária de Estado, Hillary Clinton, defendia que o retorno de Cuba à organização fosse condicionado a avanços do regime cubano no aumento das liberdades civis e políticas para atender aos critérios democráticos da OEA.
Cuba foi suspensa da OEA por uma resolução aprovada em 1962, em punição ao país por ter se juntado ao bloco comunista. A organização, sob forte influência americana, acusou o regime cubano de receber armas de "potências comunistas extracontinentais", uma referência à União Soviética e à China. Na época, os Estados Unidos alegaram que a relação de Cuba com os países comunistas ameaçava o equilíbrio da região.
"Este é um momento de alegria para todos os latino-americanos", disse o chanceler equatoriano a repórteres após a Assembleia Geral. "Muitos de nós não tinham nascido naquele momento e o que esta geração está fazendo é basicamente emendar a história. Aqui temos um desafio de construir uma história diferente".
A decisão foi adotada depois que, nesta terça-feira, os chanceleres de um grupo especial designado para tratar da questão permaneceram reunidos por mais de seis horas, sem chegar a um consenso.
Durante a Assembleia, muitos países pressionaram para a readmissão de Cuba sem impor condições para isso. Mas Hillary pediu que a OEA exigisse que o governo de Raúl Castro adotasse reformas democráticas.
O governo cubano, por outro lado, repetiu nos últimos meses que não tinha interesse de retornar ao que chamava de "ferramenta" dos EUA, enquanto países como Venezuela, Brasil e Panamá movimentavam-se diplomaticamente para garantir o fim da suspensão.
O ex-ditador cubano Fidel Castro escreveu no jornal estatal "Granma" nesta quarta-feira que a OEA deveria não existir, e que a organização, historicamente, tem "aberto portas para o Cavalo de Troia --os Estados Unidos-- devastar a América Latina".
Nos últimos anos, todos os países do hemisfério restabeleceram relações com a ilha, com exceção dos EUA, que ainda mantêm um embargo econômico ao regime cubano.
Com Efe, Associated Press e Reuters
OEA revoga suspensão de Cuba após 47 anos
colaboração para a Folha Online
Revertendo um dos marcos da Guerra Fria no continente, os chanceleres que participam da 39ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), realizado em Honduras, chegaram nesta quarta-feira a um acordo para revogar a suspensão de Cuba que começou há 47 anos, afirmou nesta terça-feira o ministro das Relações Exteriores do Equador, Fander Falconi.
"Já foi aprovada neste momento por todos os chanceleres, por consenso. Essa é uma notícia muito boa, reflete a mudança de época que se está vivendo na América Latina", disse Falconi aos jornalistas. Segundo o equatoriano, chegou-se "a um consenso sobre um texto que não impõe condições [para Cuba retornar à OEA]".
O governo americano, que foi representado no encontro nesta terça-feira pela secretária de Estado, Hillary Clinton, defendia que o retorno de Cuba à organização fosse condicionado a avanços do regime cubano no aumento das liberdades civis e políticas para atender aos critérios democráticos da OEA.
Cuba foi suspensa da OEA por uma resolução aprovada em 1962, em punição ao país por ter se juntado ao bloco comunista. A organização, sob forte influência americana, acusou o regime cubano de receber armas de "potências comunistas extracontinentais", uma referência à União Soviética e à China. Na época, os Estados Unidos alegaram que a relação de Cuba com os países comunistas ameaçava o equilíbrio da região.
"Este é um momento de alegria para todos os latino-americanos", disse o chanceler equatoriano a repórteres após a Assembleia Geral. "Muitos de nós não tinham nascido naquele momento e o que esta geração está fazendo é basicamente emendar a história. Aqui temos um desafio de construir uma história diferente".
A decisão foi adotada depois que, nesta terça-feira, os chanceleres de um grupo especial designado para tratar da questão permaneceram reunidos por mais de seis horas, sem chegar a um consenso.
Durante a Assembleia, muitos países pressionaram para a readmissão de Cuba sem impor condições para isso. Mas Hillary pediu que a OEA exigisse que o governo de Raúl Castro adotasse reformas democráticas.
O governo cubano, por outro lado, repetiu nos últimos meses que não tinha interesse de retornar ao que chamava de "ferramenta" dos EUA, enquanto países como Venezuela, Brasil e Panamá movimentavam-se diplomaticamente para garantir o fim da suspensão.
O ex-ditador cubano Fidel Castro escreveu no jornal estatal "Granma" nesta quarta-feira que a OEA deveria não existir, e que a organização, historicamente, tem "aberto portas para o Cavalo de Troia --os Estados Unidos-- devastar a América Latina".
Nos últimos anos, todos os países do hemisfério restabeleceram relações com a ilha, com exceção dos EUA, que ainda mantêm um embargo econômico ao regime cubano.
Com Efe, Associated Press e Reuters
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