Outra matéria da Folha de S. Paulo de hoje, reproduzida abaixo, revela que o prefeito Gilberto Kassab (DEM) já admite a hipótese de disputar o governo de São Paulo no próximo ano. Este blog aposta que Kassab acabará sendo, sim, candidato. É um nome fortíssimo e da confiança do governador José Serra (PSDB), muito mais do que o ex-governador Geraldo Alckmin, correligionário de Serra, mas hoje um inimigo cordial do presidenciável tucano. Se Kassab for candidato sem a presença de um nome tucano no páreo, pode até ser considerado favorito, uma vez que o PT está sem um nome natural para a disputa e a estapafúrdia ideia de lançar o deputado cearense Ciro Gomes (PSB) ao Bandeirantes não deverá prosperar.
Pode ser, porém, que Kassab acabe "convencido pelas bases" a enfrentar Geraldo Alckmin e aí a coisa complica um pouco para o prefeito. Alckmin tomou uma surra na eleição da capital, mas sua força maior está no interior e não deve ser desprezada. O ex-governador seria um páreo muito duro para qualquer adversário e vai querer se vingar da derrota do ano passado.
Há, porém, um problema adicional na hipótese de Alckmin e Kassab serem candidatos. Basta olhar as últimas votações no Estado para perceber que o eleitorado de esquerda representa algo em torno de 20% a 30% do total, votando sempre em candidatos com perfil... esquerdista. Assim, Alckmin e Kassab poderiam acabar dividindo o eleitorado conservador e possibilitando um segundo turno com o nome que o eleitorado de esquerda escolher entre os que se apresentarem, como ocorreu em 2008, quando a disputa na capital paulistana ficou entre Marta e Kassab. Dificilmente a eleição seria decidida, no estado, entre Alckmin e o atual prefeito. A divisão das forças conservadoras, portanto, pode recolocar na briga uma esquerda que embora esteja muito forte em termos nacionais, encontra dificuldades no maior estado do país.
A seguir, a matéria da Folha desta terça-feira.
Kassab já discute candidatura ao governo
Aliados dizem que o prefeito pode concorrer se tiver apoio; segundo tucanos, Serra já o desencorajou
DA REPORTAGEM LOCAL
Disposto a conter a candidatura do secretário de Desenvolvimento e desafeto, Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), já admite a possibilidade de concorrer ao governo de São Paulo no ano que vem.
A intenção é embaralhar o jogo, impedindo que Alckmin (contra quem disputou a prefeitura em 2008) figure como única opção do governador José Serra (PSDB) em 2010. Nas conversas, Kassab não descarta concorrer se a candidatura do chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), naufragar: "Meu candidato é o Aloysio Nunes Ferreira", insiste Kassab, negando sua candidatura.
O prefeito repete que apoiará o candidato de Serra ao governo: "Eu só poderia concorrer se o governador José Serra pedisse publicamente. E sei que isso ele não pode fazer". Apesar de Kassab dizer que o lançamento de sua candidatura é uma maneira de prejudicá-lo, democratas alimentam os rumores de que ele não rechaça a hipótese. Além de inibir Alckmin, essa é uma tentativa de dimensionar a acolhida a seu nome. "Não vamos colocar nome algum. Nem tirar", diz o ex-presidente do DEM Jorge Bornhausen (SC).
Em conversas, Kassab manifesta preocupação acerca de seu futuro. Segundo seus aliados, Kassab só terá chance de concorrer daqui a oito anos, caso não dispute em 2010. Até lá, dizem, pode perder o fôlego.
Segundo tucanos, o próprio Serra já desencorajou Kassab. O governador alerta para o impacto negativo caso o prefeito deixe o cargo. Serra e Kassab acertaram que só conversarão sobre sucessão no ano que vem. Serra, porém, não deverá coibir qualquer movimentação.
Kassab admite as dificuldades. Os deputados federais de São Paulo (30% da bancada do PSDB na Câmara) ficariam contrariados. A seu favor, ele tem a simpatia dos principais aliados de Serra, entre eles o presidente do PMDB, Orestes Quércia: "Apoio o candidato de Serra". (CATIA SEABRA)
Pode ser, porém, que Kassab acabe "convencido pelas bases" a enfrentar Geraldo Alckmin e aí a coisa complica um pouco para o prefeito. Alckmin tomou uma surra na eleição da capital, mas sua força maior está no interior e não deve ser desprezada. O ex-governador seria um páreo muito duro para qualquer adversário e vai querer se vingar da derrota do ano passado.
Há, porém, um problema adicional na hipótese de Alckmin e Kassab serem candidatos. Basta olhar as últimas votações no Estado para perceber que o eleitorado de esquerda representa algo em torno de 20% a 30% do total, votando sempre em candidatos com perfil... esquerdista. Assim, Alckmin e Kassab poderiam acabar dividindo o eleitorado conservador e possibilitando um segundo turno com o nome que o eleitorado de esquerda escolher entre os que se apresentarem, como ocorreu em 2008, quando a disputa na capital paulistana ficou entre Marta e Kassab. Dificilmente a eleição seria decidida, no estado, entre Alckmin e o atual prefeito. A divisão das forças conservadoras, portanto, pode recolocar na briga uma esquerda que embora esteja muito forte em termos nacionais, encontra dificuldades no maior estado do país.
A seguir, a matéria da Folha desta terça-feira.
Kassab já discute candidatura ao governo
Aliados dizem que o prefeito pode concorrer se tiver apoio; segundo tucanos, Serra já o desencorajou
DA REPORTAGEM LOCAL
Disposto a conter a candidatura do secretário de Desenvolvimento e desafeto, Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), já admite a possibilidade de concorrer ao governo de São Paulo no ano que vem.
A intenção é embaralhar o jogo, impedindo que Alckmin (contra quem disputou a prefeitura em 2008) figure como única opção do governador José Serra (PSDB) em 2010. Nas conversas, Kassab não descarta concorrer se a candidatura do chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), naufragar: "Meu candidato é o Aloysio Nunes Ferreira", insiste Kassab, negando sua candidatura.
O prefeito repete que apoiará o candidato de Serra ao governo: "Eu só poderia concorrer se o governador José Serra pedisse publicamente. E sei que isso ele não pode fazer". Apesar de Kassab dizer que o lançamento de sua candidatura é uma maneira de prejudicá-lo, democratas alimentam os rumores de que ele não rechaça a hipótese. Além de inibir Alckmin, essa é uma tentativa de dimensionar a acolhida a seu nome. "Não vamos colocar nome algum. Nem tirar", diz o ex-presidente do DEM Jorge Bornhausen (SC).
Em conversas, Kassab manifesta preocupação acerca de seu futuro. Segundo seus aliados, Kassab só terá chance de concorrer daqui a oito anos, caso não dispute em 2010. Até lá, dizem, pode perder o fôlego.
Segundo tucanos, o próprio Serra já desencorajou Kassab. O governador alerta para o impacto negativo caso o prefeito deixe o cargo. Serra e Kassab acertaram que só conversarão sobre sucessão no ano que vem. Serra, porém, não deverá coibir qualquer movimentação.
Kassab admite as dificuldades. Os deputados federais de São Paulo (30% da bancada do PSDB na Câmara) ficariam contrariados. A seu favor, ele tem a simpatia dos principais aliados de Serra, entre eles o presidente do PMDB, Orestes Quércia: "Apoio o candidato de Serra". (CATIA SEABRA)
Sinceramente, eu torço para que o Kassab saia candidato. Acho que só assim, levando o segundo "chifre" seguido, a ficha dos paulistanos vai cair a ponto de um movimento trocar a doutrina que tomou o governo do estado. Agora, se mesmo assim tudo continuar como está, errar será humano, persistir no erro será paulistanice.
ResponderExcluirCaro Luiz, não entendo sua indignação com a eventual candidatura do Ciro. Sua carreira política foi feita no Ceará e daí? Ele tem qualificações pra governar qualquer estado brasileiro. Conhece a máquina, exerceu com competência e dignidade o ministério do Lula, sabe o que é gerenciar (não estou falando do gerenciamento a la PSDB) e, de quebra, ainda dá um forte palanque pra Dilma num estado estratégico. Quem deve estar putíssimo é o Serra, mas vc ????
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