A coluna Painel da Folha de S. Paulo notícia hoje, além da cascata sobre Ciro Gomes, um fato: o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) apresentou ao presidente Lula o seu nome para a disputa do governo de São Paulo. Muita gente acha que Suplicy está em decadência, quase não se reelegeu senador e coisa e tal. Só que ele teve quase 9 milhões de votos, possui uma rejeição muito pequena e é palatável ao eleitorado conservador do Estado. Tem mais: contra Geraldo Alckmin, que adora um discurso udenista básico, Suplicy conseguiria minimizar os efeitos desta estratégia, uma vez que jamais se envolveu em qualquer maracutaia na vida - o máximo que fez foi ceder bilhetes para a namorada viajar a Paris, tendo reconhecido o erro e ressarcido os cofres públicos. Em suma, poderia ser uma saída para o PT paulista, que está hoje sem candidato. Mas não será, pois não goza da confiança nem do presidente nem de mais ninguém na máquina do partido, controlada localmente por sua ex-mulher Marta Suplicy e pelo ex-deputado José Dirceu.
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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