Está virando até moda usar o título do livro O outono do patriarca, de Gabriel Garcia Marquez, para tentar explicar a desastrosa situação de José Sarney (PMDB-AP) na presidência do Senado Federal. A imagem é boa, mas talvez não seja este o caso (nem ocaso). Sarney é um senador com bastante influência, está no jogo do poder há mais de 30 anos, não nasceu ontem e nem cometeu grandes deslizes desde fevereiro, quando venceu a eleição para o comando da Casa Alta. Não, José Sarney não é um coronel em decadência e quem não entender isto vai quebrar a cara ao analisar a situação.
O que realmente está acontecendo no Senado é uma clássica disputa por espaços e poder, na qual a situação anterior, em que um senador fraco (Garibaldi Alves, PMDB do Rio Grande do Norte) estava no comando, sustentado por um consenso estabelecido entre as várias forças políticas que compõem o Senado, incluindo aí as de oposição. Em janeiro, na eleição do sucessor de Garibaldi, o Senado rachou. Sarney enfrentou o acreano petista Tião Viana, que teve apoio do PSDB e, é óbvio, de seu próprio partido. O experiente político maranhense, eleito pelo estado do Amapá, se acertou com os Democratas, uniu seu próprio partido e levou a melhor. Desde então, a guerra travada naquela época não para de causar problemas ao presidente e também ao Senado enquanto instituição.
As "denúncias" que vêm sendo apresentadas partem, é óbvio, de dentro de gabinetes bem informados sobre os bastidores da Casa, não se trata de maneira alguma de "apuração independente" da imprensa. São dossiês passados a jornalistas "de confiança", prontinhos para publicação. O próprio Sarney sabe de onde partem as tais denúncias: do PSDB, especialmente a ala liga ao governador José Serra, de São Paulo, ele próprio um inimigo da família Sarney desde que a candidatura de Roseana à presidência foi sepultada após a Operação Lunus, atribuída por muitos ao próprio Serra; e de uma parte PT insatisfeita com o fortalecimento do PMDB (com evidente repercussão nas eleições do próximo ano). No meio de tudo isto há a disputa pelo espólio de Agaciel Maia, que há mais de uma década comandava o Senado do ponto de vista administrativo.
Enfim, Sarney e seu grupo político, que inclui o polêmico Renan Calheiros, tão odiado pela imprensa quanto respeitado por muitos de seus pares, não são diretamente responsáveis pela balbúrdia em que se transformou o Senado Federal, mas vão sofrer as consequências até que um novo consenso se estabeleça e os trabalhos possam caminhar. Resta saber se este consenso será com Sarney na presidência ou se mais uma vez a maldição da cadeira de presidente do Senado vai se abater sobre mais um parlamentar. Questão em aberto.
O que realmente está acontecendo no Senado é uma clássica disputa por espaços e poder, na qual a situação anterior, em que um senador fraco (Garibaldi Alves, PMDB do Rio Grande do Norte) estava no comando, sustentado por um consenso estabelecido entre as várias forças políticas que compõem o Senado, incluindo aí as de oposição. Em janeiro, na eleição do sucessor de Garibaldi, o Senado rachou. Sarney enfrentou o acreano petista Tião Viana, que teve apoio do PSDB e, é óbvio, de seu próprio partido. O experiente político maranhense, eleito pelo estado do Amapá, se acertou com os Democratas, uniu seu próprio partido e levou a melhor. Desde então, a guerra travada naquela época não para de causar problemas ao presidente e também ao Senado enquanto instituição.
As "denúncias" que vêm sendo apresentadas partem, é óbvio, de dentro de gabinetes bem informados sobre os bastidores da Casa, não se trata de maneira alguma de "apuração independente" da imprensa. São dossiês passados a jornalistas "de confiança", prontinhos para publicação. O próprio Sarney sabe de onde partem as tais denúncias: do PSDB, especialmente a ala liga ao governador José Serra, de São Paulo, ele próprio um inimigo da família Sarney desde que a candidatura de Roseana à presidência foi sepultada após a Operação Lunus, atribuída por muitos ao próprio Serra; e de uma parte PT insatisfeita com o fortalecimento do PMDB (com evidente repercussão nas eleições do próximo ano). No meio de tudo isto há a disputa pelo espólio de Agaciel Maia, que há mais de uma década comandava o Senado do ponto de vista administrativo.
Enfim, Sarney e seu grupo político, que inclui o polêmico Renan Calheiros, tão odiado pela imprensa quanto respeitado por muitos de seus pares, não são diretamente responsáveis pela balbúrdia em que se transformou o Senado Federal, mas vão sofrer as consequências até que um novo consenso se estabeleça e os trabalhos possam caminhar. Resta saber se este consenso será com Sarney na presidência ou se mais uma vez a maldição da cadeira de presidente do Senado vai se abater sobre mais um parlamentar. Questão em aberto.
O Sarney, que já não tinha um legado histórico tão rico assim, apesar de ex-presidente e infinitos cargos políticos, a cada dia que passa suja ainda mais a sua biografia. Uma investigação mais séria, inclusive sobre o próprio Garibaldi Alves, revelaria ainda mais escândalos que fariam a delícia da imprensa, tão ansiosa por fazer barulho. Onde está o poderoso Renan?
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