Pular para o conteúdo principal

Oposição defende Sarney

A nota abaixo está no blog Coturno Noturno, um luminar da ultra-direita. O Entrelinhas poupa os leitores dos comentários ao post do tal Coronel, editor anônimo da página, pois não vale a pena. O texto reproduzido, porém, é interessante, revela a insatisfação dos direitosos com os oposicionistas do PSDB e DEM. No fundo, o autor da nota é meio ingênuo, ou o DEM não apoiou desde logo a eleição de José Sarney (PMDB-AP) para a Presidência do Senado? Durante o processo eleitoral, porém, a ultra-direita bateu forte no PSDB pelo apoio que o partido deu, oficialmente, ao candidato petista Tião Viana (AC), adversário de Sarney na disputa. O que essa gente gostaria mesmo é de abolir a política e nomear Kátia Abreu (DEM-TO) presidenta do Senado, felizmente não é assim que as coisas se dão na democracia. Mas fica então a pergunta aos indignados direitistas: está errado Arthur Virgílio ao apoiar Tião (e agora Sarney) ou está errado Agripino Maia em defender Sarney? Se ambos estão errados, sobra o que para a direitona? Pegar nas armas e passar fogo em todo mundo? Melhor não dar muita idéia...

Os "sarnetes".
Arthur Virgílio(PSDB-AM), qualificou como "coisa de menos" as nomeações de três parentes de Sarney - duas sobrinhas e um neto - por atos secretos do Senado revelados pelo Estado.

José Agripino Maia (DEM-RN) afirmou que o discurso de Sarney foi "indignado com toda a justeza". "Não se pode medir a justeza de uma vida pública em um detalhe ou outro", disse Agripino.

O senador Papaléo Paes (PSDB-AP), em discurso nesta terça-feira (16), disse que não existe ato secreto no Senado. Ele explicou que muitos atos não foram publicados por falha técnica de servidores, e não necessariamente por "safadeza, corrupção, ou malfeitoria dos administradores".

Pedro Simon(PMDB-RS) oficializando a tese combinada entre os senadores, que permite que a falcatrua continue, sem que ninguém seja punido: "Quando o presidente Sarney diz que a culpa não é dele, que é de todo o Senado, eu digo: é verdade, a culpa é de todo o Senado".

Ninguém esperava outro discurso de José Sarney, uma das figuras mais caricatas deste país, com uma história política tenebrosa, responsável pela miséria do Maranhão e pela maior inflação que este país já teve, que não possui na sua biografia nenhum fato que não tenha exigido uma contrapartida para o seu patrimônio político, familiar ou pessoal. O pior de tudo é que qualquer brasileiro que acompanha a vida política brasileira também não ficou surpreso com os discursos de apoio, mesmo que envergonhados, dos demais senadores, especialmente os de oposição. Lá no Senado todos são "sarnetes" do dono do circo, José Sarney.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

Rogério Andrade, o rei do bicho

No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe