Pular para o conteúdo principal

E se Sarney sair?

O licenciamento ou renúncia do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), resolve a crise instalada na Casa? Este blog aposta que não. Ao contrário, especialmente no segundo caso, em que haveria uma nova eleição, a disputa vai até se acirrar em torno de novos personagens. Ruim com Sarney, ruim sem Sarney. Esta crise só será resolvida após a eleição presidencial de 2010. É o que diz a lógica política em torno das atuais turbulências, como o leitor pode conferir aqui.

Comentários

  1. Ruim com Sarney, pior sem Sarney. Com a saída do bigodudo, vai tudo para debaixo do tapete. E vai faltar tapete!!!

    ResponderExcluir
  2. O governo está na mesma enrascada em que se viu há dois anos, quando defendeu o indefensável. Naquela época Renan Calheiros, hoje José Sarney. E, possivelmente, o PT levará outra facada nas costas, pois Ideli Salvati, então líder do PT no Senado, defendeu como pôde o senador alagoano para depois vê-lo empossar Collor na presidência da Comissão de Infra-Estrutura (cargo que Ideli disputou com o caçador de marajás). Sarney representa o que há de mais atrasado tanto na política quanto na sociedade brasileira. É dever das forças populares e verdadeiramente democráticas lutar para erradicar do Senado e da vida pública os Calheiros, Agripinos, Heráclitos, Barbalhos, Salgados, Vasconcelos, Jucás e tantos outros representantes do atraso. A maldita governabilidade não pode servir como visto de permanência eterna para essas pragas nacionais, que desde sempre misturam o público e o privado.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe