A vaia ao presidente Lula na abertura do Pan é o assunto da vez nos blogs políticos. Um leitor escreve para dizer que a "teoria conspiratória" é uma rematada bobagem. Vamos esclarecer a questão: é óbvio que o vídeo do ensaio não prova que houve orquestração, apenas fornece um indício. O público do Maracanã na abertura dos jogos era constituído por gente que pode pagar mais de R$ 50 pelo ingresso, no mínimo, pois muitos bilhetes foram parar nas mãos de cambistas, que revenderam pelo dobro, quando não pelo triplo do preço inicial. Havia, sim, predisposição deste público para vaiar o presidente – a aprovação de Lula é de 65% no país, mas de apenas 30% entre os que ganham mais de 10 salários mínimos. Porém, há a informação de que parte dos ingressos mais baratos foram distribuídos aos funcionários da prefeitura do Rio – o que explicaria os aplausos ao alcaíde Cesar Maia. Só quem nunca foi a um jogo de futebol acha que não é possível uma minoria puxar vaia: todos os "gritos de guerra" em uma partida começam puxados pelas torcidas organizadas e são acompanhados pela maioria de "anônimos" que às mais das vezes nem conhece direito os refrões.
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
Se o problema é a matemática, então vamos lá. Por que 65% de aprovação e as vaias?
ResponderExcluirSe estiveram 90 mil pessoas no Maracanã, então:
0,35 x 90 mil = 31,5 mil
Ou seja, quase 30 mil pessoas vaiando num estádio, faz um efeito danado.
No entanto, sabemos que os votos do Lula se concentram na turma do bolsa-esmola e nos milionários(principalmente banqueiros).
Bolsa-esmola tinha poucos no estádio por causa do preço dos ingressos. Milionários já são poucos. Então a maioria, muito mais que os 31,5 mil da conta, eram pessoas da classe média. E que são os que mais sofrem no Brasil lulista.
O resultado o Brasil e o mundo já sabe. Vaias. Oito vezes vaias...
Esta estória de complô do Cesar Maia não serve nem pra carochinha.
Aplaudiram o Cesar Maia? Quantos votos teve o tucano Geraldo no Rio? 30%. Lembre-se que o Cesar Maia apoiou o Geraldo.
Os 30% não lembra alguma coisa? São próximos daqueles que não apoiam o Lula nas pesquisas.
A minha opinião é que o Lula sabia de tudo isso. Tinha esperança que o espírito esportivo o aplaudiria elevando seu ego nas alturas. Esqueceu que estava num estádio. E num estádio é o juiz quem apita o início do jogo. E juiz em estádio de futebol nunca é aplaudido. É sempre vaiado...
Concordo integralmente com o Júlio Neves quanto a sua análise. Parabéns pela lucidez.
ResponderExcluirAliás, Reinaldo Azevedo faz análise semelhante em seu blog.
João Batista
Acreditar que as vaias oferecidas gratuitamente ao presidente molusco foi 'orquestrada' é acreditar em mula-sem-cabeça, saci, boitatá, duende, papai noel e no Lula. Se o Lula sabia que seria vaiado arrumava um atestado médico (em Brasília é fácil), uma indisposição e não iria a cerimônia. Assim, evitaria as vaias e ainda dividiria com o PAM a primeira página e manchetes de toda a mídia. Mais o Lula nunca sabe de nada. Tomou vaia.
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