A atenta leitora Vera, assídua frequentadora deste blog, escreve comentário à nota anterior dizendo que o envio do processo relativo ao caso do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) pôde ser remetido de volta à Mesa Diretora por falhas na representação original, no PSOL. Na verdade, a representação pôde ser remetido de volta sobretudo porque Renan decidiu não submetê-lo à Mesa Diretora do Senado, a fim de dar celeridade ao processo e afastar a impressão de que ele mesmo gostaria de protelar o andamento das investigações. Processualmente, é possível que a representação do PSOL contenha falhas ou seja insuficiente, mas o fato é que neste momento, o enviou do processo de volta à Mesa Diretora é uma manobra processual e, o que é mais importante, politicamente desastrosa. Quintanilha é aliado de Renan e está usando as artimanhas à disposição para fazer o caso andar mais devagar. A avaliação de que isto dará fôlego ao presidente do Senado é precipitada e o tiro pode acabar saindo pela culatra: quanto mais tempo o caso permanecer na mídia, pior para Calheiros. Certamente, se ele deixasse a presidência do Senado, o caso acabaria em poucos dias e é bastante provável que ele conseguisse inclusive manter o mandato, porque não há prova alguma de que tenha usado dinheiro da Mendes Júnior para pagar a pensão da sua filha. No máximo, receberia uma advertência. Permanecendo na presidência, o caso ganha caráter político-partidário e permite, inclusive, que a ex-senadora alagoana Heloísa Helena, presidente do PSOL, aproveite para tirar uma casquinha em suas disputas locais, como bem apontou Vera.
Bruno Covas, prefeito de São Paulo, morreu vivendo. Morreu criando novas lembranças. Morreu não deixando o câncer levar a sua vontade de resistir. Mesmo em estado grave, mesmo em tratamento oncológico, juntou todas as suas forças para assistir ao jogo do seu time Santos, na final da Libertadores, no Maracanã, ao lado do filho. Foi aquela loucura por carinho a alguém, superando o desgaste da viagem e o suor frio dos remédios. Na época, ele acabou criticado nas redes sociais por ter se exposto. Afinal, o que é o futebol perto da morte? Nada, mas não era somente futebol, mas o amor ao seu adolescente Tomás, de 15 anos, cultivado pela torcida em comum. Não vibravam unicamente pelos jogadores, e sim pela amizade invencível entre eles, escreve Fabrício Carpinejar em texto publicado nas redes sociais. Linda homenagem, vale muito a leitura, continua a seguir. Nos noventa minutos, Bruno Covas defendia o seu legado, a sua memória antes do adeus definitivo, para que s...
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