Vale a pena ler o comentário sobre a tragédia de Congonhas do diretor do Observatório da Imprensa, Alberto Dines, para o programa de rádio do OI desta quinta-feira. O experiente jornalista explica quais são os limites da cobertura da imprensa no caso e já antevê as derrapadas da mídia. A seguir, a íntegra do comentário:
O papel da mídia é levantar pistas, buscar testemunhos e descobrir evidências. Mas a mídia não pode prejulgar. Pode e deve extravasar a indignação e a revolta. Mas a mídia não pode presumir culpas.
O erro do governo na tragédia da Gol, ao longo de outubro passado, foi justamente o de permitir que o ministro da Defesa, Waldir Pires, lançasse suspeitas sobre os pilotos americanos para evitar que o governo fosse arranhado entre o primeiro e o segundo turno das eleições presidenciais.
Agora, nesta catástrofe, a mídia não pode cometer o mesmo pecado e embarcar em hipóteses delirantes sobre o comportamento dos pilotos da TAM. Eles não podem defender-se, estão mortos, e a caixa preta ainda não foi aberta. O que se espera da mídia é que seja veemente e perseverante para que o caso não seja triturado e esquecido em poucos meses, como costuma acontecer.
Há nesta tragédia da TAM ingredientes eminentemente políticos sobre os quais a mídia não pode calar-se. Estes sim devem ser questionados com rigor e denunciados. Quanto mais cedo melhor. Mesmo que o tersol do presidente Lula ainda não esteja completamente curado.
O papel da mídia é levantar pistas, buscar testemunhos e descobrir evidências. Mas a mídia não pode prejulgar. Pode e deve extravasar a indignação e a revolta. Mas a mídia não pode presumir culpas.
O erro do governo na tragédia da Gol, ao longo de outubro passado, foi justamente o de permitir que o ministro da Defesa, Waldir Pires, lançasse suspeitas sobre os pilotos americanos para evitar que o governo fosse arranhado entre o primeiro e o segundo turno das eleições presidenciais.
Agora, nesta catástrofe, a mídia não pode cometer o mesmo pecado e embarcar em hipóteses delirantes sobre o comportamento dos pilotos da TAM. Eles não podem defender-se, estão mortos, e a caixa preta ainda não foi aberta. O que se espera da mídia é que seja veemente e perseverante para que o caso não seja triturado e esquecido em poucos meses, como costuma acontecer.
Há nesta tragédia da TAM ingredientes eminentemente políticos sobre os quais a mídia não pode calar-se. Estes sim devem ser questionados com rigor e denunciados. Quanto mais cedo melhor. Mesmo que o tersol do presidente Lula ainda não esteja completamente curado.
Não entendi este seu comentário. Por que a fala dele não está na rubrica “surfando em cadáveres”? Afinal, não é exatamente isso o que ele faz quando diz “Há nesta tragédia da TAM ingredientes eminentemente políticos sobre os quais a mídia não pode calar-se”. Que ingredientes? O que ele sabe – e que não nos contou – a respeito do acidente?
ResponderExcluirPaulo