A semana que começa hoje era, na prática, para ser uma semana morta no Congresso Nacional. Com o início do recesso no dia 18, quarta-feira, era natural que os parlamentares "enforcassem" a terça (a segunda-feira, como todos sabemos, já é "enforcada" em períodos normais) e só retornassem a Brasília em agosto. O presidente do Senado, porém, resolveu criar um fato político ao adiar para amanhã a reunião da Mesa Diretora em que será decidido o encaminhamento de parte das investigações contra ele mesmo, Renan Calheiros (PMDB-AL). É altamente provável que Renan sofra mais uma derrota amanhã, embora seus aliados estejam planejando mais uma manobra protelatória. O problema todo é que o presidente do Senado já não tem controle da situação e está à mercê da opinião pública, que pressiona e sensibiliza os parlamentares. A aposta de Renan agora está no chamado "efeito curativo do tempo", daí tantas manobras protelatórias. O problema todo é que a sociedade não parece disposta a esquecer tão cedo e, pelo andar da carruagem, vai continuar cobrando a saída de Calheiros pelo menos da presidência do Senado.
No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...
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