Na semana passada, alguns jornais, Folha de S. Paulo à frente, manchetaram a queda nas bolsas de valores mundo afora como o início de uma crise de gravíssimas proporções, que teria como origem a "quebradeira" do mercado imobiliário norte-americano. Nesta segunda-feira, as bolsas fecharam em forte alta e não parece haver mesmo razão para tamanho pânico. A verdade é que os jornalões a-do-ra-ri-am uma crise das fortes, apenas e tão somente para derrubar a popularidade do presidente Lula, e quem sabe ele próprio. O problema - para a mídia anti-lulista - é que o povão votou e continua acreditando no presidente porque a economia vai bem. O resto é trololó ou nhem-nhem-nhem, como diriam José Serra ou Fernando Henrique Cardoso. Enquanto a tal crise não vem, os jornalões vão ficar chupando o dedo ao lado de Diogo Mainardi, aquele colunista obscuro que nesta semana sentenciou que um dia Lula vai morrer...
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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