A conversa do dia em Brasília é, para variar um pouco, sobre o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Com a deterioração da sustentação política do presidente do Senado, há gente apostando que ele decidiu imitar o ex-deputado José Dirceu (PT-SP), que lutou até o final contra a cassação, usando todos os recursos protelatórios possíveis até a queda final. Porém, há tembém quem diga que Renan já está negociando a sua renúncia à presidência do Senado, com a garantia de manter o seu mandato. Pode até ser que as duas coisas estejam acontecendo ao mesmo tempo...
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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