Em mais uma colaboração para este blog, Jorge Rodini, diretor do instituto de pesquisas Engrácia Garcia, comenta o acidente com o Airbus da TAM. A seguir, a íntegra do comentário:
O Brasil perdeu, na tragédia de Congonhas, duas centenas de vidas. Bebês, crianças, grávidas, senhores e senhoras, vovôs e vovós. Tentando entender essas perdas, milhares de parentes, amigos, conhecidos, vizinhos e colegas de trabalho. E chorando por esses milhares que têm que continuar na sua labuta diária, sofrida e incontida, milhões de brasileiros pasmos, estarrecidos e com medo.
Uma pista escorregadia, um aeroporto congestionado, um clarão. É como se, a partir daí, o Brasil acordasse. No meio de seu maior pesadelo. Quantos escaparam pelo atraso ou quantos se foram por trabalhar demais? Como vamos saber quantos são os heróis. E os heróis do vôo cego, que não tiveram tempo de pedir socorro?
A Avenida, outrora impávida e imponente, queda-se angustiada. A bola de fogo queima nossas almas, os corações se apertam, prevendo o fim iminente, a perda sem sentido. Não há quem console quem ficou ou desculpe os rescaldos desta tragédia. A fumaça que permanece no prédio atingido revela que a tristeza não tem fim.
Vai sempre ficar a sensação de alguém poderia ter feito algo para mudar o rumo desta história. Alguns que detém o Poder de fechar, de reformar, de impedir, de priorizar. Estes só não têm poder para fazer parar de chover. Ou de chorar.
O Brasil perdeu, na tragédia de Congonhas, duas centenas de vidas. Bebês, crianças, grávidas, senhores e senhoras, vovôs e vovós. Tentando entender essas perdas, milhares de parentes, amigos, conhecidos, vizinhos e colegas de trabalho. E chorando por esses milhares que têm que continuar na sua labuta diária, sofrida e incontida, milhões de brasileiros pasmos, estarrecidos e com medo.
Uma pista escorregadia, um aeroporto congestionado, um clarão. É como se, a partir daí, o Brasil acordasse. No meio de seu maior pesadelo. Quantos escaparam pelo atraso ou quantos se foram por trabalhar demais? Como vamos saber quantos são os heróis. E os heróis do vôo cego, que não tiveram tempo de pedir socorro?
A Avenida, outrora impávida e imponente, queda-se angustiada. A bola de fogo queima nossas almas, os corações se apertam, prevendo o fim iminente, a perda sem sentido. Não há quem console quem ficou ou desculpe os rescaldos desta tragédia. A fumaça que permanece no prédio atingido revela que a tristeza não tem fim.
Vai sempre ficar a sensação de alguém poderia ter feito algo para mudar o rumo desta história. Alguns que detém o Poder de fechar, de reformar, de impedir, de priorizar. Estes só não têm poder para fazer parar de chover. Ou de chorar.
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