Quando caiu o avião da Gol, no ano passado, este blog recomendou vivamente a demissão do ministro da Defesa, Waldir Pires. Basta uma busca no Google ou mesmo um clique nos arquivos destas Entrelinhas para ler a recomendação, que continua a mesma. Waldir Pires é um homem honesto, honrado e competente, mas está no lugar errado, no momento errado. O presidente Lula tem razão em evitar queimá-lo, jogando o experiente Waldir às feras da mídia e da opinião pública como uma espécie de bode expiatório da crise. Cabe ao ministro pegar o seu banquinho e sair o quanto antes, porque a situação, que já era insustentável lá atrás, agora ficou chegou a um ponto em que nenhuma outra ação faz sentido. Vamos ser claros: Waldir não é o culpado pela crise, mas perdeu de tal forma a autoridade no ministério da Defesa que já não é mais um ministro de fato. Teria sido muito melhor se ele tivesse saído antes, mas Lula quis preservá-lo e a situação só piorou. Agora, não dá mais. Ou o presidente coloca no ministério alguém com capacidade de gerenciar uma crise, ou terá ele mesmo que agir neste sentido, o que além de arriscado é improdutivo, pois não é tarefa de presidente lidar com este tipo de questão. É preciso alguém com saúde e disposição para enfrentar lobbies poderosos e moral para comandar as Forças Armadas, coisa que não se encontra facilmente na praça. José Sarney, por exemplo, tem moral para comandar as três Armas, mas talvez não tenha coragem para enfrentar tão poderosos lobistas...
Bruno Covas, prefeito de São Paulo, morreu vivendo. Morreu criando novas lembranças. Morreu não deixando o câncer levar a sua vontade de resistir. Mesmo em estado grave, mesmo em tratamento oncológico, juntou todas as suas forças para assistir ao jogo do seu time Santos, na final da Libertadores, no Maracanã, ao lado do filho. Foi aquela loucura por carinho a alguém, superando o desgaste da viagem e o suor frio dos remédios. Na época, ele acabou criticado nas redes sociais por ter se exposto. Afinal, o que é o futebol perto da morte? Nada, mas não era somente futebol, mas o amor ao seu adolescente Tomás, de 15 anos, cultivado pela torcida em comum. Não vibravam unicamente pelos jogadores, e sim pela amizade invencível entre eles, escreve Fabrício Carpinejar em texto publicado nas redes sociais. Linda homenagem, vale muito a leitura, continua a seguir. Nos noventa minutos, Bruno Covas defendia o seu legado, a sua memória antes do adeus definitivo, para que s...
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