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Quintanilha desmoraliza o Senado

A manobra protelatória do senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), atual presidente do Conselho de Ética, de mandar de volta para a Mesa Diretora do Senado o processo que envolve o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), merece apenas um adjetivo: escárnio.

Os senadores não estão entendendo a gravidade do que está em curso no Congresso: a desmoralização do legislativo não é boa para ninguém, nem mesmo para o governo federal, que em tese se fortalece sempre que o legislativo se enfraquece. E quem mais perde é a democracia brasileira, que vem resistindo bravamente a tantos escândalos e episódios nebulosos.

Mais um pouco, o povão vai tirar com as próprias mãos as vaquinhas do Roriz, os boizinhos do Renan e outros animas menos cotados. Na França, em 1789, muitos palacianos achavam que nada iria acontecer antes que os pescoços começassem a rolar. Quem avisa, amigo é...

Comentários

  1. Bom se fosse assim. Infelizmente nós não teremos uma revolução sangrenta nunca. Povo manso, desde sempre.

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  2. Pois eu acho que a culpa pela possível desmoralização do Senado, como você diz, foi o açodamento, a ansiedade, a pressa, da ex-senadora Heloisa Helena de vingar-se do seu conterrâneo e adversário político Renan Calheiros, e aainda por cima tirar proveito político para o PSOL. A representação enviada ao Conselho de Ética baseou-se única e exclusivamente numa reportagem da revista VEJA, que acusava o senador de conluio com a empreiteira Mendes Júnior para pagar pensão para sua filha com uma amante, sem apresentar uma única prova. Se o PSOL fosse mais lúcido e mais inteligente - considerando que se a menina já tem mais de três anos, e de o tal Gontijo ser amigo pessoal há anos do Renan, os fatos já deviam ser do conhecimento de muita gente há tempos - teria se informado melhor sobre os limites do Conselho de Ética, usado as informações de bastidores que o partido deve ter sobre as atividades ilícitas do senador, e fazer onda com um pedido de CPI no Senado, já que só esta pode investigar. Na realidade, a representação do PSOL, acusa o senador de falta de decoro porque um amigo, que é funcionário de uma empreiteira teria pago as pensões para a amante do senador. Isso não prova, não provou e continuará não provando que o dinheiro veio da empreiteira. E e esta representação que está em julgamento pelo Conselho de Ética. Não os negócios mal explicados do senador com seu rebanho.

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