Há um dado na pesquisa divulgada na semana passada pelo instituto Sensus sobre a popularidade do presidente Lula que salta aos olhos, mas que foi muito pouco comentada pelos analistas políticos de plantão. A aprovação do presidente entre os brasileiros que ganham até um salário mínimo é de espantosos 72,3%. Se considerarmos a faixa seguinte, dos que ganham até cinco mínimos, a aprovação continua bem alta, em exatos 66,1%. Na outra ponta, verifica-se que a aprovação do presidente entre os que ganham 20 mínimos (R$ 7.600) cai para 31,7%.
Este perfil de aprovação do presidente Lula certamente é muito similar ao do seu colega venezuelano Hugo Chávez, que também tem um apoio muito pequeno entre os ricos de seu país. Lula não é um Chávez porque aposta na conciliação e não no confronto das classes. Com tal perfil de aprovação fica claro que o presidente brasileiro poderia adotar, se assim desejasse, uma estratégia de governo bem diferente da atual, procurando mobilizar sua base popular na sustentação de seu governo, inclusive pressionando o Congresso a aprovar temas polêmicos. O presidente não faz isto porque tem uma compreensão de que a realidade brasileira é diversa da venezuelana, mas certamente está consciente da força que tem para mobilizar os pobres do país em apoio ao seu governo.
Do lado da oposição, aliás, este dado também ajuda a entender por que tanta cautela em atacar o presidente Lula: tudo que as elites brasileiras não querem é um processo similar ao venezuelano, em que o povo conduz o líder, e não o inverso. Nesses casos – e de certa forma foi assim em 1954 e 64 –, o golpismo ganha força não apenas entre os ricos, mas eventualmente também nos quartéis. Como se vê, não é esta, pelo menos não neste momento, a situação política no Brasil...
Este perfil de aprovação do presidente Lula certamente é muito similar ao do seu colega venezuelano Hugo Chávez, que também tem um apoio muito pequeno entre os ricos de seu país. Lula não é um Chávez porque aposta na conciliação e não no confronto das classes. Com tal perfil de aprovação fica claro que o presidente brasileiro poderia adotar, se assim desejasse, uma estratégia de governo bem diferente da atual, procurando mobilizar sua base popular na sustentação de seu governo, inclusive pressionando o Congresso a aprovar temas polêmicos. O presidente não faz isto porque tem uma compreensão de que a realidade brasileira é diversa da venezuelana, mas certamente está consciente da força que tem para mobilizar os pobres do país em apoio ao seu governo.
Do lado da oposição, aliás, este dado também ajuda a entender por que tanta cautela em atacar o presidente Lula: tudo que as elites brasileiras não querem é um processo similar ao venezuelano, em que o povo conduz o líder, e não o inverso. Nesses casos – e de certa forma foi assim em 1954 e 64 –, o golpismo ganha força não apenas entre os ricos, mas eventualmente também nos quartéis. Como se vê, não é esta, pelo menos não neste momento, a situação política no Brasil...
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