Este blog lança o desafio: quantos dias, a contar desta terça-feira, 3 de julho, vai levar para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deixar o cargo? É realmente difícil prever, mas que a situação política do senador ficou insustentável, não há mais dúvida alguma. Quem acompanha essas Entrelinhas sabe que não se está aqui duvidando da inocência de Renan – até agora não foi apresentada uma única prova de que ele tenha realmente utilizado dinheiro da Mendes Júnior para pagar a pensão de sua filha com Mônica Veloso. O problema é outro, de caráter político: Calheiros perdeu a moral para presidir o Senado. Só isto explica o espetáculo grotesco da tarde de terça-feira, quando os colegas do sempre tão afável presidente da Casa pediram, na sua frente, o seu afastamento da presidência. Para bom entendedor, meia palavra basta: os senadores, no estilo particular de suas falas empoladas, mandaram o mesmo recado que Roberto Jefferson deu ao então ministro José Dirceu de forma mais sucinta: sai, Renan, sai daí rapidinho. Este blog não consulta videntes, mas tem um palpite: Calheiros cai em menos de 30 dias.
No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...
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