Pular para o conteúdo principal

Cansados e fracassados

O movimento Cansei fracassou. Na segunda tentativa de mobilizar a população para combater o governo Lula, após uma semana de intensos investimentos na mídia e farta distribuição de panfletos convocando para os atos em São Paulo e Porto Alegre, tudo que os cansados conseguiram foi levar 2 mil pessoas à Praça da Sé, em São Paulo, e 200 ao aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. Na soma, foi menos gente do que ao casamento da filha de Geraldo Alckmin, que reuniu 5 mil convidados... O número de pessoas importa, sim. Só a baiana Ivete Sangalo, que esteve no ato, seria capaz de levar três vezes mais gente se divulgasse que cantaria duas ou três músicas, de graça, ao meio dia na praça da Sé... Mas nem os curiosos aderiram, e havia pelo menos meia dúzia de famosos em torno dos quais sempre junta gente.

A verdade é que o Cansei não tem a menor base social. Os organizadores temiam que militantes do PT provocassem alguma confusão na praça da Sé, mas nada disto aconteceu. Os golpistas puderam fazer o ato com tranqüilidade, inclusive com os brados de "Fora Lula", sem nenhuma ocorrência grave, salvo talvez a irritação de Hebe Camargo com os próprios manifestantes, que a chamaram de "malufista". Ao final, cantaram o hino nacional, mas deveriam mesmo ter cantado o hino do movimento...

Tudo somado, este blog aposta que, depois do fracasso retumbante, os cansados não retomarão fôlego e o movimento acaba por WO, até o final do ano.

Comentários

  1. Realmente foi um "fracasso" de público. E que "fracasso". Apenas "milhões" de pessoas que assistem ao Jornal Nacional da Globo viram o ato do movimento que prega aquilo que consta no nosso Hino Nacional: LIBERDADE, AMOR e ESPERANÇA.

    Tudo isso está embutido no "vaiasso".

    ResponderExcluir
  2. Julio,
    Obrigado pela audiência, antes de mais nada. Como você pode ver, aqui no Entrelinhas, todos os seus comentários são publicados, ainda que divergentes do que escreve o autor das mal traçadas. Não é o que se vê em blogs como o do Reinaldo Azevedo e outros anti-lulistas. Democracia é assim, quem fala o que quer às vezes ouve o que não quer. Mas contra fatos, não há argumentos: o Cansei fracassou. Esperavam levar 10 mil ao ato, levaram 2 mil, segundo a polícia do Serra, que deve com certeza não calculou "contra" o movimento.
    abs. Luiz

    ResponderExcluir
  3. Pois é Entrelinhas, tem uns blogs que quando consigo entrar, logo sou deletado, hehehe. No caso do Reinaldo deve ser algum tipo de orientação por causa de processos. Alguns internautas carregam nas "palavras". Aí, injúrias e calúnias se tornam um prato cheio pra ir a um tribunal. Mas, viva a democracia!

    Acredito que se você enviar um comentário ao Reinaldo, é aceito. Vai levar umas cacetadas, hehehe, mas vai ser aceito.

    Pra voce ver que há extremos dos dois lados, aquele blog "amigos do presidente" que foi citado num artigo do Olavo de Carvalho não aceita um "usinho" de vaia: http://www.osamigosdopresidentelula.blogspot.com/

    Quanto ao CANSEI não é o número de participantes num evento que vai definir o sucesso. E sim até onde vai chegar aquilo que estão transmitindo. Na internet e jornais, todos já conhecem o movimento. Agora aparecendo num jornal nacional uma massa maior de pessoas passam a saber tambem. E é o que interessa.

    Jesus começou com 12 discípulos. O que é o Cristianismo hoje?

    ResponderExcluir
  4. Sobre os comentários não publicados, o RA responde:

    "Ah, os dodóis estão fazendo beicinho, acusando-me de censura. Eles resolveram comentar aquele post sobre o merchandising nas novelas (ver abaixo), defendendo a proibição. Pois é. O blog é meu, e eu censuro os censores. Aqui, nem todo pensamento é válido e nem toda divergência é bem-vinda. Não sou a República de Weimar. Eu chuto o traseiro de censores. Ponto final. Não dou trela a quem quer solapar os meus direitos. Meu mundo tem hierarquia. E a minha liberdade está em primeiro lugar. É alguém ameaçar dizer o que posso e não posso fazer, além do que está socialmente pactuado, e o capeta baixa em mim. Vão se danar."

    ResponderExcluir
  5. Aquelas pessoas que participaram da manifestação, não foram p/ ver a Ivete, a Hebe, foram p/ dizer que estão cansadas da corrupção, da violência, de trabalhar de janeiro a maio apenas p/ pagar impostos, da impunidade, do caos da saúde pública, da educação e porque não, cansadas do Lula. É um direito legítimo que a democracia permite. Ou será que é só petista (e suas várias facções) que pode invadir e depredar universidade, cercear o direito de ir e vir do cidadão e utilizar dinheiro público para organizar marchas política-partidária?

    ResponderExcluir

Postar um comentário

O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe