Está bem longe de terminar a novela da CPMF no Congresso, mas a aprovação da admissibilidade da emenda, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, foi uma pequena vitória do governo, sobretudo pela sinalização, já ontem, do relator Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de não partilhar o imposto do cheque com estados e municípios. É possível que no final aconteça uma grande negociação para garantir a aprovação da polêmica matéria no Senado, onde a oposição tem mais votos, mas o fato é que, do ponto de vista do presidente Lula, o jogo começou bem, com menos turbulências do que se esperava. A ver como a tramitação prossegue. Como diz o ditado, cada dia, sua agonia...
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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