Se verdadeiro o relato abaixo, da jornalista Dora Kramer, publicado no Estadão deste domingo, este blog recomenda a demissão sumária de Milton Zuanazzi do cargo de diretor-presidente da Anac. Não por incompetência, mas por crime de assassinato duplo e qualificado. Duplo, porque matou a língua portuguesa e a lógica formal de uma só vez; qualificado, porque certamente o desastroso texto foi lido por ao menos um assessor de imprensa. Ou de imprença, vai saber...
O duelista
Por e-mail, o diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, enviou a seguinte mensagem:
“Como V.Sa. tem verbalizado constantemente em sua coluna, diga-se, uma das mais respeitadas do País, procurando estender o esteriotipo de que sou incompetente para exercer o cargo de diretor-presidente da Anac, acusando-me de ser uma mera indicação política, desconhecendo dessa forma como se deu minha indicação, quais foram os critérios, qual meu conhecimento acumulado em anos de vida pública, venho propor-lhe um debate sobre aviação brasileira e o papel da agência reguladora.
“De minha parte irei sozinho, portanto desacompanhado de qualquer assessor. Pelo seu lado, de pronto, permito-lhe que seja acompanhada por quantos assessores necessitar, inclusive de expertos em aviação (aliás apareceram tantos nestes últimos tempos, que não lhe faltarão opções).
“Nosso debate, ou sabatina, como quiser, pode-se dar em local fechado ou aberto, com ou sem platéia, de acordo com vossa vontade. Requisito que a senhora prepara-se ao máximo, pois é do meu desejo não deixar nada sem resposta.
“Espero com isso que a adjetivação constante da palavra ‘incompetência’ seja expressa como instrumento da verdade, ou cale-se para sempre.
“Quero somente registrar que não se trata de entrevista ou programa para a mídia, mas sim de expormos onde está a verdade, se em nossos procedimentos ou nas suas matérias jornalísticas.
“Saudando-a, fico no aguardo de sua resposta.”
No último parágrafo, quando esclarece que seu intuito não é dar entrevista - maneira habitual de se relacionarem profissionalmente jornalistas e autoridades -, o senhor Zuanazzi confirma a impressão inicial de que faz mesmo uma convocação para um duelo.
Desnecessário ao diretor-presidente da Anac terçar armas com quem quer que seja, “em local aberto ou fechado”.
Seus dotes no manejo dos problemas da aviação brasileira já estão sobejamente demonstrados e foram amplamente analisados no decorrer da crise dita por ele mesmo inexistente.
Desconhecidos, no entanto - até agora - eram seus atributos de duelista no terreno do idioma. Para não tombar combalida, como tomba assassinada a língua pátria no texto acima, nos termos propostos declino do combate.
O duelista
Por e-mail, o diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, enviou a seguinte mensagem:
“Como V.Sa. tem verbalizado constantemente em sua coluna, diga-se, uma das mais respeitadas do País, procurando estender o esteriotipo de que sou incompetente para exercer o cargo de diretor-presidente da Anac, acusando-me de ser uma mera indicação política, desconhecendo dessa forma como se deu minha indicação, quais foram os critérios, qual meu conhecimento acumulado em anos de vida pública, venho propor-lhe um debate sobre aviação brasileira e o papel da agência reguladora.
“De minha parte irei sozinho, portanto desacompanhado de qualquer assessor. Pelo seu lado, de pronto, permito-lhe que seja acompanhada por quantos assessores necessitar, inclusive de expertos em aviação (aliás apareceram tantos nestes últimos tempos, que não lhe faltarão opções).
“Nosso debate, ou sabatina, como quiser, pode-se dar em local fechado ou aberto, com ou sem platéia, de acordo com vossa vontade. Requisito que a senhora prepara-se ao máximo, pois é do meu desejo não deixar nada sem resposta.
“Espero com isso que a adjetivação constante da palavra ‘incompetência’ seja expressa como instrumento da verdade, ou cale-se para sempre.
“Quero somente registrar que não se trata de entrevista ou programa para a mídia, mas sim de expormos onde está a verdade, se em nossos procedimentos ou nas suas matérias jornalísticas.
“Saudando-a, fico no aguardo de sua resposta.”
No último parágrafo, quando esclarece que seu intuito não é dar entrevista - maneira habitual de se relacionarem profissionalmente jornalistas e autoridades -, o senhor Zuanazzi confirma a impressão inicial de que faz mesmo uma convocação para um duelo.
Desnecessário ao diretor-presidente da Anac terçar armas com quem quer que seja, “em local aberto ou fechado”.
Seus dotes no manejo dos problemas da aviação brasileira já estão sobejamente demonstrados e foram amplamente analisados no decorrer da crise dita por ele mesmo inexistente.
Desconhecidos, no entanto - até agora - eram seus atributos de duelista no terreno do idioma. Para não tombar combalida, como tomba assassinada a língua pátria no texto acima, nos termos propostos declino do combate.
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