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Caso Renan: virou covardia

Reza a sabedoria popular que bater em bêbado é covardia. Pois parece ser isto o que está acontecendo no episódio envolvendo Renan Calheiros (PMDB-AL). Ontem, no Jornal da Globo, a poderosa emissora apresentou mais uma denúncia: os laranjas denunciados em Veja e o filho de Calheiros e prefeito de Murici teriam sido beneficiados pela outorga da concessão de emissoras rádios em Alagoas já no período em que Renan estava sendo investigado no Conselho de Ética. Ora, uma coisa nada tem a ver com a outra: a concessão foi aprovada de maneira absolutamente legal na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado e o nome de Renanzinho inclusive consta do contrato do Sistema Costa Dourada, um dos beneficiários das concessões aprovadas em julho.

Não há ilegalidade alguma no processo de concessão, é assim que se faz. Motivo este de uma representação do Projor, entidade responsável pela publicação do Observatório da Imprensa, contra a autoconcessão de emissoras de rádio e televisão pelo Congresso Nacional. Sim, o caso de Renanzinho não se enquadraria estritamente neste modelo, pois o filho de Renan não é parlamentar. Mas é óbvio que a concessão é uma grande imoralidade, embora não tenha havido ilegalidade alguma. Se a representação do Projor surtir efeito, o Congresso deverá mudar a legislação e criar barreiras para o chamado "coronelismo eletrônico" – os políticos que se aproveitam da mídia para alavancar suas carreiras.

Tudo dito, a verdade é que Renan virou o bêbado da briga. Todo mundo agora tem coragem de dar um cascudo no presidente do Senado. Se a Globo for séria, deveria no mínimo revelar ao distinto público os políticos que têm concessões das chamadas "afiliadas", que retransmitem a programação global Brasil afora... Bater em bebum é fácil, difícil mesmo é fazer bom jornalismo.

Comentários

  1. Nas Cartas dos Leitores do "Globo" de hoje o Presidente da OAB/RJ esclarece o ocorrido


    OAB esclarece

    Diante das notícias desencontradas sobre os dois boxeadores cubanos que abandonaram sua delegação durante os Jogos PanAmericanos, esclareço:

    a) na qualidade de presidente da OAB/RJ, estive na Polícia Federal em Niterói, sexta-feira à noite, para conhecer a situação dos dois atletas e oferecer-lhes assistência jurídica, caso a desejassem; b) quando cheguei à PF, os boxeadores não estavam mais lá, mas num hotel, em liberdade vigiada; c) na PF pude conversar não só com o delegado federal responsável pelo caso, como também com o procurador da República Leonardo Luiz de Figueiredo Costa, representante do Ministério Público Federal, órgão independente do governo. O procurador me informou que entrevistara os atletas a sós, sem a presença de agentes policiais, e ofereceu-lhes a possibilidade de ingressar com um habeas corpus para que permanecessem no Brasil, mas ambos lhe informaram que, por livre e espontânea vontade, tinham decidido regressar a Cuba.

    WADIH DAMOUS, presidente da seção Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (por e-mail, 8/8), Rio

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