A semana termina sem a definição da cassação do presidente do Senado, que foi adiada para a próxima semana. A cada manobra protelatória, piora a situação política de Renan Calheiros (PMDB-AL). Pela votação de ontem no Conselho de Ética, sobre o voto aberto, são apenas 5 os aliados de Calheiros. O palpite deste blog é que o pedido de cassação passa no Conselho na próxima quarta. Em Plenário, a situação é um pouco mais complicada de se fazer prognóstico. O que já dá para dizer é que Calheiros não parece muito disposto a fazer um acordo para preservar o mandato em troca da presidência da Casa: ele vai até o fim, não deve renunciar no meio do caminho.
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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