Conforme prometido, seguem abaixo os dados completos da pesquisa Datafolha sobre a popularide presidencial, na versão do jornal Folha de S. Paulo deste domingo. É bom notar que o Datafolha não pesquisa a popularidade pessoal de Lula, como fazem Ibope e Sensus, apenas a do governo. A popularidade pessoal do presidente estava na casa dos 60%, de acordo com as últimas medições desses institutos.
Nos blogs de direita já é possível ler algumas análises sobre a pesquisa e os analistas acham que está em curso uma venezuelização do processo político brasileiro porque Lula tem cada vez mais apoio entre os mais pobres e menos apoio entre os mais ricos. Ora, a pergunta que fica é simples: na eleição de 2006 já não foi assim? A rigor, não há mudança estrutural alguma, apenas a consolidação de um cenário que já era assim desde meados de 2005, quando estourou o mensalão. No fundo, este quadro indica muitas dificuldades para a oposição: convencer os mais pobres de que Lula é um mau presidente vai ficando cada vez mais difícil, ao passo que na classe média e alta a desaprovação vai caminhando para o teto (por óbvio, sempre haverá quem defenda Lula nessas camadas). A conclusão deste blog é simples: só a economia é capaz de mudar o cenário. Enquanto o Brasil estiver crescendo 5% ao ano, os cansadinhos podem tirar o cavalo da chuva...
Lula mantém aprovação após caos aéreo e acidente da TAM
Datafolha mostra que 48% acham governo bom ou ótimo, mesmo índice de março
Queda se dá apenas entre os mais ricos e os que viajam de avião; economia e Bolsa Família também ajudam a explicar o bom resultado
FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O maior acidente da história da aviação brasileira e a demora de mais de dez meses do governo em buscar soluções para a crise aérea não afetaram em nada a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Pesquisa nacional do Datafolha realizada nos dias 1 e 2 de agosto, duas semanas após o acidente da TAM em Congonhas que matou 199 pessoas, mostra que 48% dos brasileiros acham que o governo do petista continua ótimo ou bom.
O percentual é idêntico ao registrado em março e praticamente igual ao que Lula tinha no início de outubro de 2006 (49%). O acidente da Gol, que matou 154 pessoas e que evidenciou o caos no sistema aéreo brasileiro, ocorreu em 29 de setembro passado.
Entre março e agora, a taxa de ruim/péssimo do governo apenas oscilou, de 14% para 15%. Em outubro passado era maior: 17%.
Entre as explicações para a não-alteração da popularidade do presidente no período estão o fato de que a grande maioria dos brasileiros é pobre (59,5% têm renda familiar mensal de só até três salários mínimos por mês, ou R$ 1.050) e a constatação de que apenas uma minoria viaja de avião (8%).
Além disso, a situação econômica do país permanece boa, com estimativa de crescimento em torno de 4,5% em 2007. O programa Bolsa Família, que atende cerca de 11,1 milhões de famílias, também ajuda a entender a manutenção da alta popularidade de Lula.
Entre os 8% que costumam andar de avião, o percentual dos que consideram o presidente ótimo ou bom é de 29%, ou seja, 19 pontos inferior à media nacional. Os que definem o governo como ruim ou péssimo chegam a 30%, o dobro da média nacional (15%).
Renda e escolaridade
Entre os mais ricos, com renda familiar mensal acima de dez mínimos (R$ 3.500), a avaliação do presidente Lula despencou sete pontos entre março e agora.
Mas entre os que ganham só até cinco mínimos (R$ 1.750), ela oscilou positivamente dois pontos -dentro da margem de erro do levantamento.
Como a maioria dos brasileiros é pobre, a queda da avaliação entre os ricos (a minoria), não chega a afetar os resultados gerais. No Brasil, segundo a pesquisa, apenas 7,5% da população tem renda familiar mensal maior do que R$ 3.500.
A variação mais significativa na avaliação de Lula ocorreu entre os brasileiros com renda familiar mensal acima dos dez salários mínimos (R$ 3.500), segmento no qual 39% costumam viajar de avião, taxa cinco vezes maior do que a verificada entre o total dos entrevistados.
Comportamento semelhante ocorreu entre os pesquisados quando se leva em conta o grau de escolaridade.
Enquanto o índice de ruim/ péssimo atribuído ao presidente Lula subiu cinco pontos entre os que têm nível superior, ele oscilou negativamente dois pontos entre os que têm apenas o fundamental.
Segundo o Datafolha, apenas 11,2% da população brasileira cursou o ensino superior; 48,5%, só o fundamental; e 40,3%, o médio.
Entre os que têm nível superior, a variação mais expressiva foi registrada no percentual dos que acham o governo regular, que caiu de 42% para 34%. Já o índice de ruim e péssimo subiu de 24% para 29%.
Enquanto a nota média (de 0 a 10) atribuída ao presidente pelos entrevistados ficou em 6,7 (idêntica à de março), ela cai para 5,4 entre os que costumam andar de avião.
Para o levantamento, o Datafolha ouviu 2.095 pessoas em 211 municípios em todas as regiões do país.
Nos blogs de direita já é possível ler algumas análises sobre a pesquisa e os analistas acham que está em curso uma venezuelização do processo político brasileiro porque Lula tem cada vez mais apoio entre os mais pobres e menos apoio entre os mais ricos. Ora, a pergunta que fica é simples: na eleição de 2006 já não foi assim? A rigor, não há mudança estrutural alguma, apenas a consolidação de um cenário que já era assim desde meados de 2005, quando estourou o mensalão. No fundo, este quadro indica muitas dificuldades para a oposição: convencer os mais pobres de que Lula é um mau presidente vai ficando cada vez mais difícil, ao passo que na classe média e alta a desaprovação vai caminhando para o teto (por óbvio, sempre haverá quem defenda Lula nessas camadas). A conclusão deste blog é simples: só a economia é capaz de mudar o cenário. Enquanto o Brasil estiver crescendo 5% ao ano, os cansadinhos podem tirar o cavalo da chuva...
Lula mantém aprovação após caos aéreo e acidente da TAM
Datafolha mostra que 48% acham governo bom ou ótimo, mesmo índice de março
Queda se dá apenas entre os mais ricos e os que viajam de avião; economia e Bolsa Família também ajudam a explicar o bom resultado
FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O maior acidente da história da aviação brasileira e a demora de mais de dez meses do governo em buscar soluções para a crise aérea não afetaram em nada a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Pesquisa nacional do Datafolha realizada nos dias 1 e 2 de agosto, duas semanas após o acidente da TAM em Congonhas que matou 199 pessoas, mostra que 48% dos brasileiros acham que o governo do petista continua ótimo ou bom.
O percentual é idêntico ao registrado em março e praticamente igual ao que Lula tinha no início de outubro de 2006 (49%). O acidente da Gol, que matou 154 pessoas e que evidenciou o caos no sistema aéreo brasileiro, ocorreu em 29 de setembro passado.
Entre março e agora, a taxa de ruim/péssimo do governo apenas oscilou, de 14% para 15%. Em outubro passado era maior: 17%.
Entre as explicações para a não-alteração da popularidade do presidente no período estão o fato de que a grande maioria dos brasileiros é pobre (59,5% têm renda familiar mensal de só até três salários mínimos por mês, ou R$ 1.050) e a constatação de que apenas uma minoria viaja de avião (8%).
Além disso, a situação econômica do país permanece boa, com estimativa de crescimento em torno de 4,5% em 2007. O programa Bolsa Família, que atende cerca de 11,1 milhões de famílias, também ajuda a entender a manutenção da alta popularidade de Lula.
Entre os 8% que costumam andar de avião, o percentual dos que consideram o presidente ótimo ou bom é de 29%, ou seja, 19 pontos inferior à media nacional. Os que definem o governo como ruim ou péssimo chegam a 30%, o dobro da média nacional (15%).
Renda e escolaridade
Entre os mais ricos, com renda familiar mensal acima de dez mínimos (R$ 3.500), a avaliação do presidente Lula despencou sete pontos entre março e agora.
Mas entre os que ganham só até cinco mínimos (R$ 1.750), ela oscilou positivamente dois pontos -dentro da margem de erro do levantamento.
Como a maioria dos brasileiros é pobre, a queda da avaliação entre os ricos (a minoria), não chega a afetar os resultados gerais. No Brasil, segundo a pesquisa, apenas 7,5% da população tem renda familiar mensal maior do que R$ 3.500.
A variação mais significativa na avaliação de Lula ocorreu entre os brasileiros com renda familiar mensal acima dos dez salários mínimos (R$ 3.500), segmento no qual 39% costumam viajar de avião, taxa cinco vezes maior do que a verificada entre o total dos entrevistados.
Comportamento semelhante ocorreu entre os pesquisados quando se leva em conta o grau de escolaridade.
Enquanto o índice de ruim/ péssimo atribuído ao presidente Lula subiu cinco pontos entre os que têm nível superior, ele oscilou negativamente dois pontos entre os que têm apenas o fundamental.
Segundo o Datafolha, apenas 11,2% da população brasileira cursou o ensino superior; 48,5%, só o fundamental; e 40,3%, o médio.
Entre os que têm nível superior, a variação mais expressiva foi registrada no percentual dos que acham o governo regular, que caiu de 42% para 34%. Já o índice de ruim e péssimo subiu de 24% para 29%.
Enquanto a nota média (de 0 a 10) atribuída ao presidente pelos entrevistados ficou em 6,7 (idêntica à de março), ela cai para 5,4 entre os que costumam andar de avião.
Para o levantamento, o Datafolha ouviu 2.095 pessoas em 211 municípios em todas as regiões do país.
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