Pular para o conteúdo principal

Será que o Serra concorda com Virgílio?

Matéria da Agência Estdao informa que o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) não está nem aí para as articulações de seus correligionários em torno de uma aliança com o PMDB. Quer mesmo se vingar de Renan Calheiros, Sarney e companhia bela, todos caciques de um partido que o governador José Serra tenta, a muito custo, se aproximar. É bem verdade que o presidente Lula também mudou o discurso e está se afastando da defesa de Sarney, mas é preciso perceber que o governo tem a caneta na mão, portanto muito mais bala para negociar com o PMDB. Já Arthurzinho não tem coisa alguma e pode jogar por água abaixo todo o esforço dos aliados de Serra para compor com o PMDB em 2010. Política se faz com a cabeça, mas parece que o senador amazonense prefere usar o fígado. Com inimigos assim, Lula nem precisa de amigos...

PSDB não vai recuar por aliança com PMDB, diz líder tucano

Tanto PT como PSDB querem aliança com PMDB para 2010, mas Virgílio nega recuo em pedir saída de Sarney

CAROL PIRES - Agencia Estado

BRASÍLIA - O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse nesta sexta-feira, 31, que o partido não irá recuar na pressão pela saída de José Sarney (PMDB-AP) da presidência do Senado por receio de prejudicar uma possível aliança com o PMDB nas eleições de 2010. "Não há esse risco (do partido desistir das acusações contra Sarney). Se houvesse, sairia do PSDB", afirmou. O PMDB é o partido com o maior número de votos e prefeituras conquistadas nas eleições municipais de 2008, e, por isso, tanto o PT e quanto o PSDB tentam formar uma aliança nacional com os peemedebistas de olho na sucessão presidencial.
Virgílio reafirmou que o partido está disposto a apresentar ao Conselho de Ética uma representação contra o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), por quebra de decoro parlamentar. Virgílio avalia que Renan feriu o decoro ao ameaçar que o denunciaria ao colegiado caso o PSDB insistisse em pressionar pela saída de Sarney do comando do Senado.
Como o PSDB apresentou três representações ao Conselho de Ética contra Sarney por quebra de decoro parlamentar, mesmo depois dos apelos de Renan para que a legenda não "radicalizasse" a situação, o PMDB anunciou uma guerra contra os tucanos e informou que também registrará representação contra Arthur Virgílio por quebra de decoro parlamentar na próxima semana.
"Imaginar que bandidos como estes vão me mandar flores e bombons só pode ser duas opções: uma, que eles ficaram loucos, ou duas, que tem veneno no bombom. Não posso esperar flores dessa gente", ironizou Virgílio, ao comentar as denúncias que o PMDB apresentará contra ele. "Estou pronto. Homens públicos que não sabem enfrentar as vicissitudes não são homens públicos", disse o líder tucano.
Denúncias
As ações ao Conselho de Ética que o PMDB prepara contra Virgílio serão embasadas em reportagem da revista "Isto É", que revelou que o tucano teria pego, em 2003, US$ 10 mil emprestados do ex-diretor do Senado Agaciel Maia quando teve problemas com seu cartão de crédito em uma viagem particular a Paris. Segundo a revista, o senador tucano teria ainda extrapolado o limite permitido pela Casa para usar em tratamentos de saúde, quando a mãe dele ficou adoentada.
Também pesa contra o senador a revelação de que um funcionário de seu gabinete passou 18 meses no exterior sendo mantido à custa do Senado. Virgílio devolverá R$ 210.696,58 aos cofres públicos, valor referente à soma de salários e recolhimento de impostos que saíram das contas da Casa. Ontem, Virgílio disse que errou ao deixar que o funcionário viajasse sem se certificar se o salário havia sido cortado. "Não foi uma coisa correta, eu já estou devolvendo o dinheiro. Eu pedi para devolver. Mas Renan e Sarney não têm condições morais de cassar o meu mandato. É de morrer de rir. Isto é humor negro."

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe