O presidente do Senado vai resistindo às pressões pela sua renúncia ou licença do cargo. A questão é mais simples do que parece: o governo não tem como substituir José Sarney (PMDB-AP) sem perder completamente a sua base de sustentação no Congresso. Sim, porque se Sarney renunciasse ou se afastasse do cargo pelo tal período de 60 dias, os senadores do PMDB partiriam para a retaliação. Nos bastidores do Congresso, há quem diga que o grupo poderia apoiar uma candidatura do senador democrata José Agripino Maia (RN) à presidência do Senado apenas como sinal de vingança pela falta de apoio a Sarney. Foi por esta razão que o PT recuou, e não por qualquer outro motivo mais nobre. Sem Sarney, o governo fica isolado no Senado, o que evidentemente não é nada bom para o presidente Lula (e nem para o país, pois significaria uma paralisia completa dos trabalhos parlamentares).
Sarney não nasceu ontem, tem muitos defeitos, a maior parte deles bem antiga, por sinal. Mas a verdade é que todos os seus colegas de Senado, sem exceção, têm exatamento os mesmos defeitos. Não existe um úncio parlamentar em todo o Congresso Nacional que possa bater no peio e dizer: "eu sou diferente, eu sou o ético". Não, nem mesmo Fernando Gabeira – vide as passagens da filhota para o Havaí ou o pagamento com recursos públicos de serviços privados prestados pela então namorada, atual esposa. Eduardo Suplicy, Cristovam Buarque, Chico Alencar, Pedro Simon, Heloísa Helena enfim, todos os deputados e senadores apontados pela mídia como puros e éticos já aprontaram bastante com o meu, o seu o nosso suado dinheiro que vai para o pagamento de tributos e depois vira piada nas mãos dos nobres parlamentares. A diferença entre eles é de ordem política e ideológica, uns defendem A, outros preferem B. Na prática parlamentar, são todos iguaizinhos.
Há, portanto, uma certa hipocrisia na grande imprensa ao noticiar os escândalos que envolvem José Sarney e seus familiares. A cobrança que se faz ao ex-presidente deveria, por justiça, ser a mesma para um Arthur Virgílio, paladino da ética para o alheio, porque para si, não cabe nenhuma, conforme se pôde observar no episódio dos R$ 723 mil utilizados para pagamento do tratamento de sua mãe - recursos esses, é claro, do Senado e que jamais poderiam ter a destinação que tiveram. Virgílio já devolveu a bufunfa? Vai pagar de uma vez ou parcelar a malfeitoria no lombo do contribuinte brasileiro? Repórter nenhum tem coragem de fazer tais perguntas ao tucano, mas conseguem ser mais duros com Sarney... Dois pesos, duas medidas, caso clássico.
No fundo, o melhor a ser feito neste momento é aproveitar a guerra que vem sendo travada no andar de baixo do Senado e Câmara - o funcionalismo das duas casas é que está fornecendo material e dossiês para a imprensa - para estabelecer regras mais rígidas para o uso da verba pública pelos deputados e senadores. Isto já começou na Câmara, de maneira ainda muito tímida, com a regulamentação do uso das passagens, e precisa ser ampliado.
Sarney não nasceu ontem, tem muitos defeitos, a maior parte deles bem antiga, por sinal. Mas a verdade é que todos os seus colegas de Senado, sem exceção, têm exatamento os mesmos defeitos. Não existe um úncio parlamentar em todo o Congresso Nacional que possa bater no peio e dizer: "eu sou diferente, eu sou o ético". Não, nem mesmo Fernando Gabeira – vide as passagens da filhota para o Havaí ou o pagamento com recursos públicos de serviços privados prestados pela então namorada, atual esposa. Eduardo Suplicy, Cristovam Buarque, Chico Alencar, Pedro Simon, Heloísa Helena enfim, todos os deputados e senadores apontados pela mídia como puros e éticos já aprontaram bastante com o meu, o seu o nosso suado dinheiro que vai para o pagamento de tributos e depois vira piada nas mãos dos nobres parlamentares. A diferença entre eles é de ordem política e ideológica, uns defendem A, outros preferem B. Na prática parlamentar, são todos iguaizinhos.
Há, portanto, uma certa hipocrisia na grande imprensa ao noticiar os escândalos que envolvem José Sarney e seus familiares. A cobrança que se faz ao ex-presidente deveria, por justiça, ser a mesma para um Arthur Virgílio, paladino da ética para o alheio, porque para si, não cabe nenhuma, conforme se pôde observar no episódio dos R$ 723 mil utilizados para pagamento do tratamento de sua mãe - recursos esses, é claro, do Senado e que jamais poderiam ter a destinação que tiveram. Virgílio já devolveu a bufunfa? Vai pagar de uma vez ou parcelar a malfeitoria no lombo do contribuinte brasileiro? Repórter nenhum tem coragem de fazer tais perguntas ao tucano, mas conseguem ser mais duros com Sarney... Dois pesos, duas medidas, caso clássico.
No fundo, o melhor a ser feito neste momento é aproveitar a guerra que vem sendo travada no andar de baixo do Senado e Câmara - o funcionalismo das duas casas é que está fornecendo material e dossiês para a imprensa - para estabelecer regras mais rígidas para o uso da verba pública pelos deputados e senadores. Isto já começou na Câmara, de maneira ainda muito tímida, com a regulamentação do uso das passagens, e precisa ser ampliado.
O melhor mesmo seria fechar o senado e instituir o sistema unicameral, esse senado não serve para nada, é um antro de coronéis...
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