A julgar pela reportagem da Folha Online, reproduzida abaixo, faz sentido a hipótese de que o vazamento das gravações envolvendo a família Sarney tenha partido do próprio governo. Pode parecer estranho, nesta altura do campeonato, o presidente Lula afagar Sarney com uma mão e bater com a outra. Ou mandar bater, tanto faz. Mas a política é assim mesmo, muitas vezes o que se diz em público não é o que se faz nos bastidores. Talvez o governo tenha se convencido de que não dá para carregar Sarney até 2010 e esteja, digamos assim, oferecendo a ele alguns "argumentos" de que é melhor um afastamento agora, rápido e quem sabe indolor, do que a permanência na presidência do Senado. Claro que isto cria um vácuo de poder e um problema político sério, mas às vezes é preciso cortar o mal pela raiz antes que ele se espraie e acabe virando algo ainda pior. Se Tarso acha normal o vazamento das gravações, é mesmo possível que Lula tenha ordenado o "delenda Sarney". E, como se sabe, "Roma locuta, causa finita"...
Tarso diz que vazamento de gravações em investigações é "natural"
MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília
O ministro Tarso Genro (Justiça) evitou comentar nesta quarta-feira o suposto vazamento de interceptações telefônicas realizadas pela Polícia Federal que indicaram a participação direta do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), na edição de atos secretos.
Tarso disse que se o inquérito não estiver em sigilo é um "vazamento normal". O ministro afirmou ainda que a Polícia Federal está proibida de usar politicamente as gravações.
"Não sei se houve vazamento porque não sei se o processo está em segredo de Justiça. Um inquérito dessa natureza está há muito tempo na jurisdição da Polícia Federal e, de repente, se esse processo vai para o Ministério Público e para a Justiça, os advogados têm acesso, as pessoas têm o direito de manusear o processo. Então é um vazamento natural, as pessoas, os advogados vazam", disse.
Segundo o ministro, a Polícia Federal mudou a linha de atuação porque, enquanto participava do debate político, passou por um "período negativo". "A Polícia Federal tem orientação severa de não participar do debate político, oferecendo fatos para o debate. Ela faz investigações técnicas, leva para o Ministério Público e consequentemente para a Justiça. O período em que a Polícia federal apresentava fatos e eles serviam para o debate político foi um período negativo e este não é mais um papel da Polícia Federal", afirmou.
Tarso negou que a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva hoje pedindo ao novo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, cuidado com a biografia dos investigados tenha relação com o presidente do Senado, José Sarney, envolvido em denúncias de irregularidades. No mês passado, o presidente Lula chegou a afirmar que "Sarney tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum".
"Acho que não. Existe todo um processo no Brasil de afirmação de solidez das instituições, do processo investigativo e como isso é impactante na sociedade. Quando o presidente reporta isso, é uma cautela que todos devem ter de não fazer prejulgamento", afirmou.
A Polícia Federal indiciou na semana passada o filho de Sarney, Fernando, por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e tráfico de influência.
Diálogos gravados pela Polícia Federal com autorização judicial, durante a Operação Boi Barrica e divulgados hoje, mostram a prática de nepotismo pela família com auxílio do ex-diretor-geral Agaciel Maia e aos atos secretos, segundo reportagem publicada do jornal "O Estado de S.Paulo".
Em um dos diálogos, o empresário Fernando Sarney, filho do senador, diz à filha, Maria Beatriz Sarney, que mandou Agaciel reservar uma vaga para o namorado dela, Henrique Dias Bernardes.
A reportagem informa que, em outra conversa, Fernando Sarney conversa com o filho João Fernando sobre o emprego dele como funcionário do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA).
Em diálogo com o filho, alvo da investigação, José Sarney caiu na interceptação. Segundo a gravação, o senador se compromete a falar com Agaciel para sacramentar a nomeação. O namorado da neta foi nomeado oito dias depois, por ato secreto.
Tarso diz que vazamento de gravações em investigações é "natural"
MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília
O ministro Tarso Genro (Justiça) evitou comentar nesta quarta-feira o suposto vazamento de interceptações telefônicas realizadas pela Polícia Federal que indicaram a participação direta do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), na edição de atos secretos.
Tarso disse que se o inquérito não estiver em sigilo é um "vazamento normal". O ministro afirmou ainda que a Polícia Federal está proibida de usar politicamente as gravações.
"Não sei se houve vazamento porque não sei se o processo está em segredo de Justiça. Um inquérito dessa natureza está há muito tempo na jurisdição da Polícia Federal e, de repente, se esse processo vai para o Ministério Público e para a Justiça, os advogados têm acesso, as pessoas têm o direito de manusear o processo. Então é um vazamento natural, as pessoas, os advogados vazam", disse.
Segundo o ministro, a Polícia Federal mudou a linha de atuação porque, enquanto participava do debate político, passou por um "período negativo". "A Polícia Federal tem orientação severa de não participar do debate político, oferecendo fatos para o debate. Ela faz investigações técnicas, leva para o Ministério Público e consequentemente para a Justiça. O período em que a Polícia federal apresentava fatos e eles serviam para o debate político foi um período negativo e este não é mais um papel da Polícia Federal", afirmou.
Tarso negou que a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva hoje pedindo ao novo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, cuidado com a biografia dos investigados tenha relação com o presidente do Senado, José Sarney, envolvido em denúncias de irregularidades. No mês passado, o presidente Lula chegou a afirmar que "Sarney tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum".
"Acho que não. Existe todo um processo no Brasil de afirmação de solidez das instituições, do processo investigativo e como isso é impactante na sociedade. Quando o presidente reporta isso, é uma cautela que todos devem ter de não fazer prejulgamento", afirmou.
A Polícia Federal indiciou na semana passada o filho de Sarney, Fernando, por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e tráfico de influência.
Diálogos gravados pela Polícia Federal com autorização judicial, durante a Operação Boi Barrica e divulgados hoje, mostram a prática de nepotismo pela família com auxílio do ex-diretor-geral Agaciel Maia e aos atos secretos, segundo reportagem publicada do jornal "O Estado de S.Paulo".
Em um dos diálogos, o empresário Fernando Sarney, filho do senador, diz à filha, Maria Beatriz Sarney, que mandou Agaciel reservar uma vaga para o namorado dela, Henrique Dias Bernardes.
A reportagem informa que, em outra conversa, Fernando Sarney conversa com o filho João Fernando sobre o emprego dele como funcionário do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA).
Em diálogo com o filho, alvo da investigação, José Sarney caiu na interceptação. Segundo a gravação, o senador se compromete a falar com Agaciel para sacramentar a nomeação. O namorado da neta foi nomeado oito dias depois, por ato secreto.
Caro amigo,
ResponderExcluirDe futebol você já deu mostras de que não entende,afinal é São Paulino, mas em política tem acertado algumas vezes. Mas e os jogos escancarados de manipulação política? Existem ou não?
Por favor, releia o texto da folh online e me diga:
Aonde foi publicado?
A quem serve tal empresa?
E por fim, a quem interessa uma divisão Lula/Sarney ou Lula/PMDB?
Sim, el é capaz!!!
Felicidades,
Deusdédit R Morais
Reforço a recomendação do Deusdédit acima. Vamos agora também acreditar piamente no que diz a Folha de São Paulo que se especializou em fomentar intrigas para fomentar a divisão entre Lula e o PMDB?
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