Do blog do sempre atento jornalista Maurício Stycer, um texto muito interessante, desta vez sobre a mistura de fé e futebol. O autor destas Entrelinhas concorda: coisa boa daí não sai. E, com todo respeito aos religiosos do escrete canarinho, é sempre bom ter algum jogador menos careta, de preferência ateu mesmo, para assustar a zaga adversária. Um time formado em conventos pode até dar espetáculo, mas dificilmente ganha Copa do Mundo.
Abaixo, na íntegra, o texto de Stycer.
Fervor religioso nos gramados causa constrangimento
As cenas de fervor religioso exibidas pela seleção brasileira depois da conquista da Copa das Confederações ainda repercutem no mundo. Ao ver os jogadores brasileiros ajoelhados rezando no meio do gramado, comandados pelo zagueiro Lucio, um narrador da rede britânica BBC observou que o capitão da seleção “parecia um pregador evangélico pela emoção com que proferia cada palavra”. Em texto publicado em seu blog, no site da BBC, o jornalista Ricardo Acampora escreveu:
“Num lugar como a Grã-Bretanha, onde o povo está acostumado a conviver respeitosamente com diferentes religiões, surpreende o fato de atletas usarem a combinação entre um veículo de grande penetração como a televisão e a enorme capacidade de marketing da seleção brasileira, para divulgar mensagens ligadas a crenças, seitas ou religiões.”
E disse ainda:
“Se arriscam a serem confundidos com emissários de pregadores dispostos a aumentar o número de ovelhas de seus rebanhos às custas do escrete canarinho, como emissários evangélicos em missão. Para os críticos deste tipo de atitude, isso soa oportunismo inadequado e surpreende ver que a Fifa não se opõe a que jogadores se descubram do “manto sagrado” que os consagrou para exibir suas preferências religiosas.”
A repercussão negativa não se restringiu à Inglaterra. O jornal “O Estado de S.Paulo” informa nesta quinta-feira que a Fifa “mandou um alerta à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pedindo moderação na atitude dos jogadores mais religiosos”. Escreve o jornalista Jamil Chade:
“Com centenas de jogadores africanos, vários países europeus temem que a falta de uma punição por parte da Fifa abra caminho para extremismos religiosos e que o comportamento dos brasileiros seja repetido por muçulmanos que estão em vários clubes europeus hoje. Tanto a Fifa quanto os europeus concordam que não querem que o futebol se transforme em um palco para disputas religiosas, um tema sensível em várias partes do mundo. Mas, por enquanto, a Fifa não ousa punir a seleção brasileira.”
Ouvido pelo jornal, Jim Stjerne Hansen, diretor da Associação Dinamarquesa, confirmou que pediu à Fifa que tome providências no sentido de reprimir manifestações como as realizadas pela seleção brasileira na África do Sul.
Como no domingo, depois de Brasil e Estados Unidos, nesta quarta-feira, ao final de Corinthians e Internacional, alguns jogadores da equipe paulista vestiram sobre o uniforme uma camiseta com as palavras “I Love Jesus”. Mas, diferentemente do que ocorreu na Copa das Confederações, foram manifestações isoladas, e não houve em campo nenhum ato religioso promovido pelo grupo corintiano.
Abaixo, na íntegra, o texto de Stycer.
Fervor religioso nos gramados causa constrangimento
As cenas de fervor religioso exibidas pela seleção brasileira depois da conquista da Copa das Confederações ainda repercutem no mundo. Ao ver os jogadores brasileiros ajoelhados rezando no meio do gramado, comandados pelo zagueiro Lucio, um narrador da rede britânica BBC observou que o capitão da seleção “parecia um pregador evangélico pela emoção com que proferia cada palavra”. Em texto publicado em seu blog, no site da BBC, o jornalista Ricardo Acampora escreveu:
“Num lugar como a Grã-Bretanha, onde o povo está acostumado a conviver respeitosamente com diferentes religiões, surpreende o fato de atletas usarem a combinação entre um veículo de grande penetração como a televisão e a enorme capacidade de marketing da seleção brasileira, para divulgar mensagens ligadas a crenças, seitas ou religiões.”
E disse ainda:
“Se arriscam a serem confundidos com emissários de pregadores dispostos a aumentar o número de ovelhas de seus rebanhos às custas do escrete canarinho, como emissários evangélicos em missão. Para os críticos deste tipo de atitude, isso soa oportunismo inadequado e surpreende ver que a Fifa não se opõe a que jogadores se descubram do “manto sagrado” que os consagrou para exibir suas preferências religiosas.”
A repercussão negativa não se restringiu à Inglaterra. O jornal “O Estado de S.Paulo” informa nesta quinta-feira que a Fifa “mandou um alerta à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pedindo moderação na atitude dos jogadores mais religiosos”. Escreve o jornalista Jamil Chade:
“Com centenas de jogadores africanos, vários países europeus temem que a falta de uma punição por parte da Fifa abra caminho para extremismos religiosos e que o comportamento dos brasileiros seja repetido por muçulmanos que estão em vários clubes europeus hoje. Tanto a Fifa quanto os europeus concordam que não querem que o futebol se transforme em um palco para disputas religiosas, um tema sensível em várias partes do mundo. Mas, por enquanto, a Fifa não ousa punir a seleção brasileira.”
Ouvido pelo jornal, Jim Stjerne Hansen, diretor da Associação Dinamarquesa, confirmou que pediu à Fifa que tome providências no sentido de reprimir manifestações como as realizadas pela seleção brasileira na África do Sul.
Como no domingo, depois de Brasil e Estados Unidos, nesta quarta-feira, ao final de Corinthians e Internacional, alguns jogadores da equipe paulista vestiram sobre o uniforme uma camiseta com as palavras “I Love Jesus”. Mas, diferentemente do que ocorreu na Copa das Confederações, foram manifestações isoladas, e não houve em campo nenhum ato religioso promovido pelo grupo corintiano.
Luiz, duas coisinhas, parece que voce nunca jogou futebol contra times de igrejas. Sao os que mais jogam sujo, dao pancadas sem do nem piedade e no final da pelada te chamam pra orar.
ResponderExcluirO time do egito fez o mesmo e ninguem disse nada.
Outra assisti o jogo pela BBC e o unico comentarios dos " comentaristas " foi de que para o Brasil futebol e' uma religiao.
Luis, o futebol é um tipo de religião: desde o extase do gol e o "dizimo" dominical, passando pela alienação política e o culto a ídolos futebolisticos, ele inspira fanáticos e intolerancias de todos os tipos. No Brasil, morre muito mais gente pelas mãos das torcidas fanáticas do que por religiosos fanáticos. Criancinhas pequenas são doutrinadas para serem corintianas, sem possibilidade de escolha racional. É um verdadeiro estupro mental e molestação infantil, isso é muito mais grave que um estupor físico, como diria Dawkins, e deveria ser punido com a cadeia para os pais. Um "ateu do futebol" nunca seria eleito para presidente do Brasil. É preciso combater o futebol com todas as nossas forças. Não é possível ser um verdadeiro ateu sem ser também um ateu frente a essa religiao secular chamada futebol...
ResponderExcluirDá-lhe!
ResponderExcluirLIBERDADE RELIGIOSA, IGUALDADE E FRATERNIDADE, NÃO É CAIR EM DEFESA DAS OUTRAS RELIGIÕES E ATACAR O CRISTIANISMO E MAIS: O PROTESTANTE! QUE CADA UM POSSA SE EXPRESSAR , ONDE E QUANDO QUISER E DO SEU JEITO! EU TENHO A MINHA FÉ, SE VC TEM MUITO BEM , SE NÃO TEM , TUDO BEM TAMBÉM. ISTO É TOLERÂNCIA. JÁ SE PERGUNTARAM PORQUE O CRISTIANISMO E O I LOVE JESUS INCOMODA TANTO. Freud EXPLICA!
Eu defendo a liberdade do jogador de futebol de expressar sua religiosidade, embora reconheça que se trate de uma questão sensível - eles , por coerência, deveriam tolerar um eventual jogador que mostrasse uma camisa escrita: 'Sou de Satanás'.
ResponderExcluirO único senão que faria é que gostaria de ver essa atitude também *nas derrotas*. Afinal, deus Javé exorta os humildes. Vangloriar-se que tem deus ao lado é muito fácil quando se é o vitorioso - e uma injúria velada, ao afirmar que o derrotado não tinha deus ao lado.
[]s,
Roberto Takata
Brasil: o verdadeiro paraíso dos picaretas! espanta que jovens ricos e mediamente inteligentes sejam "supporters" desse pessoal que escolheu fundar "igrejas" para enriquecer... e usa os famosos para conquistar a enorme massa de pobres que pagam o dízimo direitinho...é grotesco. O ópio dos povos mesmo.
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