É quase desnecessário comentar o post abaixo, reproduzido do blog de Reinaldo Azevedo, jornalista da revista Veja. São tantos os preconceitos somados que nem o missivista se dá conta, ele simplesmente não percebe as barbaridades que escreve. Consegue ofender pretos, mulheres, gays e lésbicas a um só tempo. É incrível, mas é o retrato da intolerância de uma ultradireita cujas idéias, felizmente, há muito não encontram ressonância na sociedade brasileira. Azevedo, da mesma maneira que seus amiguinhos Diogo Mainardi e Olavo de Carvalho, fala para uma parcela diminuta da população, mas que obviamente é bastante expressiva na internet, um veículo ainda absolutamente elitizado. Antigamente era a TFP, hoje são os colunistas de Veja, mais o indefectível Carvalho. Bem, Plínio Correa de Oliveira pelo menos era mais elegante ao escrever... Abaixo, para quem tiver estômago, o comentário de Reinaldão.
POR QUE O BRASIL NÃO VOTA LOGO NUM “COMBO”
quinta-feira, 30 de julho de 2009 | 18:15
“Hoje em dia o Brasil pode ter tudo, já teve um presidente metalúrgico, pode ter um presidente negro, pode ter uma presidenta. A sociedade brasileira é madura o suficiente para saber que a sua multiplicidade pode ser representada de todas as formas.”
A fala acima é da ministra Dilma Rousseff, depois de um café da manhã com a presidente do Chile, Michelle Bachelet. O mais engraçado é que os sites que noticiam o evento acrescentam que “a ministra evitou comentar a sua candidatura à Presidência”.
Evitou?
Estamos em 2009, mas isso é 1984 puro. Ela, então, não falou de sua candidatura?
Ai, ai…
Eu nunca fui politicamente correto, nem quando era de esquerda — sim, aconteceu, já tive gripe suína. Esse papo de dividir pessoas em categorias sempre me enjoou. Na minha pré-história, achava que o procedimento só mascarava a luta de classes (ai, que vergonha!). Hoje em dia, acho que só mascara mau-caratismo.
Esse papo de que “chegou a vez das mulheres”, dos “negros” ou de sei lá quem faz supor que exista uma categoria naturalmente opressora, naturalmente íntima do poder, que deve ser desbancada. E que categoria seria essa? Bem, segundo entendo, é a do macho, branco e heterossexual, certo?
Por que não, então, um gay para suceder Lula? Branco ou preto? Esperem! Vamos fazer logo um “combo” de minorias. A candidata poderia ser mulher, negra e lésbica. E acho que a gente deve acumular experiências, incorporando qualidades de minorias passadas. Poderia ser mulher, negra, lésbica, meio analfabeta e eventualmente sem dedo. O “eneadactalismo” passaria a ser uma exigência para chegar ao topo.
Estou sendo cínico? Irônico? Sarcástico? É mesmo? Querem que eu leve a sério a política como reparação? Que dê corda a profissionais de causas, que decidem ocupar o lugar retórico das minorias? Não posso. Nunca consegui levar a sério essa abordagem.
Dilma, por exemplo, costuma tratar alguns homens de um modo que eles normalmente não aceitam ser tratados por outros homens. Mas aceitam a brutalidade da ministra. Nesse caso, o “ser mulher” vira só uma licença para a incivilidade. Avanço ou retrocesso? Julguem vocês mesmos.
POR QUE O BRASIL NÃO VOTA LOGO NUM “COMBO”
quinta-feira, 30 de julho de 2009 | 18:15
“Hoje em dia o Brasil pode ter tudo, já teve um presidente metalúrgico, pode ter um presidente negro, pode ter uma presidenta. A sociedade brasileira é madura o suficiente para saber que a sua multiplicidade pode ser representada de todas as formas.”
A fala acima é da ministra Dilma Rousseff, depois de um café da manhã com a presidente do Chile, Michelle Bachelet. O mais engraçado é que os sites que noticiam o evento acrescentam que “a ministra evitou comentar a sua candidatura à Presidência”.
Evitou?
Estamos em 2009, mas isso é 1984 puro. Ela, então, não falou de sua candidatura?
Ai, ai…
Eu nunca fui politicamente correto, nem quando era de esquerda — sim, aconteceu, já tive gripe suína. Esse papo de dividir pessoas em categorias sempre me enjoou. Na minha pré-história, achava que o procedimento só mascarava a luta de classes (ai, que vergonha!). Hoje em dia, acho que só mascara mau-caratismo.
Esse papo de que “chegou a vez das mulheres”, dos “negros” ou de sei lá quem faz supor que exista uma categoria naturalmente opressora, naturalmente íntima do poder, que deve ser desbancada. E que categoria seria essa? Bem, segundo entendo, é a do macho, branco e heterossexual, certo?
Por que não, então, um gay para suceder Lula? Branco ou preto? Esperem! Vamos fazer logo um “combo” de minorias. A candidata poderia ser mulher, negra e lésbica. E acho que a gente deve acumular experiências, incorporando qualidades de minorias passadas. Poderia ser mulher, negra, lésbica, meio analfabeta e eventualmente sem dedo. O “eneadactalismo” passaria a ser uma exigência para chegar ao topo.
Estou sendo cínico? Irônico? Sarcástico? É mesmo? Querem que eu leve a sério a política como reparação? Que dê corda a profissionais de causas, que decidem ocupar o lugar retórico das minorias? Não posso. Nunca consegui levar a sério essa abordagem.
Dilma, por exemplo, costuma tratar alguns homens de um modo que eles normalmente não aceitam ser tratados por outros homens. Mas aceitam a brutalidade da ministra. Nesse caso, o “ser mulher” vira só uma licença para a incivilidade. Avanço ou retrocesso? Julguem vocês mesmos.
Dolorosamente Azevediano. Nojento, lastimável e fico com o PHA, só num país desses pra uma imprensa dessas circular livremente e ser consumida.
ResponderExcluirIsso é típico de quem já viu a vaca ir pro brejo.
ResponderExcluirCara, o pior de tudo é que não me espante vindo de quem veio...
ResponderExcluirCoitada da direita...
Coitado do povo...
Concordo com o comentário acima e com PHA.
A imprensa do Brasil perde todas as estribeiras.
A Veja é golpista e nojenta.
Sou contra a censura (completamente) mas como pode um articulista da revista semanal mais lida no país escrever essas baboseiras e passar batido?
Porque o sindicato não se preocupa com isso ao invès de defender obrigatoriedade de diploma?
desculpe o desabafo, mas tem hora que cansa...
rapaz, todo mundo gosta de procriar preconceitos em relação a loucura, é impressionante, a direita, a esquerda e o centro, isso só vai acabar quando criarem uma lei que proiba preconceito em relação a doença mental, já existe uma no distrito federal...
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