A foto ao lado, gentilmente roubada do blog Amigos do Presidente Lula, é esclarecedora das voltas que dá a política brasileira. Senão vejamos. Estão ali o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), e o ex-presidente da Câmara Federal, Severino Cavalcanti (PP), atual prefeito de João Alfredo. O motivo da imagem é simples: Severino vai apoiar a candidatura de Guerra ao Senado. Pois bem, não é mesmo divertido? Tucanos, especialmente os do sudeste, adoravam dizer que Severino, aliado do presidente Lula, era o retrato do atraso do atual governo, embora muitos tenham votado no "rei do baixo clero" na eleição para a presidência da Câmara. Quando surgiu o tal "mensalinho" e o probo Fernando Gabeira (PV-RJ, abraços para a filhota, enviada ao Havaí com recursos públicos), dedo em riste, peitou o então presidente e pediu sua saída do cargo, os tucanos entraram em verdadeiro êxtase e acusaram o PT e o governo de terem se enlameado junto com a caca feita por Severino. Bem, o mundo gira, a Lusitana roda e eis que o presidente do PSDB, vejam bem, o presidente, não um reles soldado tucano, aparece todo faceiro, selando um acordo com o antigo Satanás da Câmara Federal. É, uma imagem muitas vezes diz mais do que mil palavras: as mãozinhas apertadas de Guerra e Severino revelam o volúvel coração tucano.
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
LAM, vamos escalarecer umas coisas. O PT não apoiou a candidatura de Severino Cavalcanti, por sinal, Severino venceu a disputa porque tinham dois petistas digladiando entre si. Após eleito o presidente Lula teve com ele a postura que um chefe do Executivo deve tomar para com um presidente da Câmara, nada mais. Não me lembro do PT, ou o governo, sair defendendo com unhas e dentes o Severino quando este foi acusado do "mensalinho". Agora, quem elegeu Severino, todo mundo sabe quem foi, mas não têm coragem de dizer.
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