Este blog já comentou aqui diversas vezes o caso do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), basta clicar no marcador "Renan Calheiros" para ler os textos anteriores. Desde o início, a avalição aqui era de que a estratégia de enfrentamento do presidente do Senado estava errada. Se Renan tivesse renunciado à presidência do Senado lá atrás, quando começaram as dúvidas sobre os documentos enviados para provar que podia pagar a pensão da sua filha com a amante Mônica Veloso, ele quase certamente manteria o mandato, até porque tudo que seus opositores tinham em mãos era um pecadilho que talvez lhe rendesse uma advertência do Conselho de Ética da Casa. De lá para cá, o jogo mudou. Quanto mais Renan se explica, mas se complica e já não é só o cargo de presidente do Senado que está sob ameaça, mas também o mandato de Senador da República por Alagoas. Agora, só resta a Calheiros lutar com as armas que dispõe, que também não são poucas, como se pode ver na cara de cada um dos assustados senadores, incluindo os oposicionistas, especialmente do PSDB, a quem o presidente do Senado aliou-se em Alagoas. Tudo somado, porém, as chances de Calheiros permanecer no cargo de presidente do Senado e mesmo de manter seu mandato são as mesmas do Corinthians sagrar-se campeão brasileiro neste ano: remotas, para dizer o mínimo.
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
Você parte do pressuposto que o maior interesse para Renan é preservar seu mandato. Mandato para quê? Para se arrastar pelo Senado como um cadáver insepulto, um fantasma, uma Geni? Nem todo mundo é assim.
ResponderExcluirComentei iso na época tb. O que derrubou Renan foi a matéria do JN e não a Veja.
ResponderExcluirSerá que ela faria a matéria se ele não estivesse mais na presidência?
Teimoso, agora vai ter que provar que é mais ético dos senadores.
Peder o mandato não sei. Tenho dúvida de que isso aconteça. Acredito que numa votação de perda de mandato ele teria mais votos contra do PT do que de uma oposição (DEM e PSDB).
ResponderExcluirQuem sabe agora a tática dele seja ficar o máximo possível no cargo até o insuportável. Aí, no limite, ele negociaria sua renúncia ao cargo de presidente com a manutenção do seu mandato.
Quantos ali já foram pra fogueira e ainda estão lá! O Jucá é um exemplo. Tem também o Geraldo Mesquita, o Mercadante com o fato dossiê, o Eduardo Azeredo com sua "caixinha",...
Ou seja, o Renan será mais um...
Luiz,
ResponderExcluirDepois dá uma lida no meu texto de hoje no Sorrisos e veja o que lamentável acontece no Sul do estado do Rio de Janeiro.
Bjs ; )