Pular para o conteúdo principal

Cantor Luciano lança novo movimento

Está muito boa a entrevista, publicada hoje na Folha, da jornalista Mônica Bergamo com o cantor sertanejo Luciano, que faz dupla com Zezé Di Camargo. Tendo em vista que saiu no mesmo dia do artigo de Fernando de Barros e Silva, reproduzido na nota anterior, é possível dizer que a turma da Barão de Limeira não vai muito com a cara do João Dória Jr. ou do tal D'Urso, da OAB-SP. Quanto ao movimento lançado pelo filho mais novo de Francisco, este blog espera que as adesões ocorram em grande número, mas sem demonstrações públicas ou atos de apoio, digamos assim, explícitos por parte dos aderentes...

"Zezé é Zezé. Eu sou eu"
Mônica Bergamo

O cantor Luciano recusou convite para entrar no "Cansei". O irmão dele, Zezé Di Camargo, aderiu, mas ainda assim Luciano diz que a manifestação é oportunista e que agora vai "lançar o movimento "Caguei'".

FOLHA - Por que não aderiu ao "Cansei"?
LUCIANO CAMARGO - Como é que eu vou apoiar um movimento liderado por alguém que promove desfile de cachorros [o empresário João Doria]? Essas pessoas cansaram de quê? Os artistas só estão aderindo porque foram convidados por amigos. A maioria não tem coragem de dizer não. Eu tenho. Este é mais um movimento oportunista. As pessoas que estão nesse movimento não cansaram de coisa nenhuma.

FOLHA - O Zezé aderiu.
LUCIANO - O Zezé é o Zezé, eu sou eu.

FOLHA - Você já disse que se arrepende de ter apoiado o candidato Lula na eleição.
LUCIANO - Eu não me arrependo. Eu me decepcionei. Mas nem acho que o "Cansei" é para derrubar o Lula. Aquilo ali [Lula] nem com reza brava cai. Mas o "Cansei" tem uma classe elitista por trás, que nunca pegou fila para entrar num avião. É um movimento político. Estavam só esperando um momento oportuno para lançar. Protesto é ir para a frente do prédio da TAM. Eu cansei desse "Cansei". Vou lançar o "Caguei". Caguei para o "Cansei".

Comentários

  1. Luiz Antonio,
    Você tem acompanhado as charges do Angeli, na Folha, para o movimento Cansei? São as melhores. Hoje, então, está impagável. O movimento Cansei é o seguinte: a classe elitista está cansada, pode até protestar, mas de dentro de seu mundo blindado e que, por favor, não mudem muita coisa a respeito da distribuição de renda e desigualdade social no país. Se houvesse um jeito de acabar com a violência, a pobreza, a corrupção, sem mexer no bolso dos cansados... Perfeito! Mas, aí já pedir demais, né?

    ResponderExcluir
  2. Numa democracia todos tem o direito de se manifestar, concordam? Veja só o exemplo: o Luciano (elite) não foi, o Zezé (elite) foi e não recebeu nenhum centavo de dinheiro público p/ ir. Será que somente as "Margaridas" financiadas c/ dinheiro público podem se manifestar? Eu estou cansado de trabalhar de janeiro até maio somente para pagar impostos. Você não? Luiz Antonio, para combater a corrupção e a violência não é necessário meter a mão no meu bolso. Pobreza e má distribuição de renda se combate c/ crescimento e desenvolvimento econômico, com geração de emprego e renda e quem gera emprego e renda são os investimentos da iniciativa privada.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe