Pular para o conteúdo principal

Dois jeitos de dar a mesma notícia

Na Folha Online: Desemprego sobe para 8% em janeiro e renda fica estável, diz IBGE
Na Agência Brasil: Desemprego em janeiro é o segundo menor desde março de 2002, revela IBGE

Nenhum dos títulos está errado, os dois retratam a mesma realidade. A má-vontade da Folha, porém, é evidente. Todo mês de janeiro o desemprego sobe, se comparado a dezembro, mês de fortes contratações temporárias. Em relação a janeiro do ano passado, o desemprego recuou e este é o dado mais relevante do material divulgado pelo IBGE.

Comentários

  1. A minha manchete para essa notícia seria:

    O desemprego caiu 3,7% em 4 anos.

    11,7% em jan-2004
    8,0% em jan-2008

    Nesse ritmo chegaremos em janeiro de 2011, primeiro mês do próximo governo, com algo em torno de 6%.

    ResponderExcluir
  2. Até a Mírian Leitão reconheceu a melhora, mas a folha não pára de trabalhar para o Serra.

    ResponderExcluir
  3. Luiz,
    no meu blog fiz uma referência a esse seu post. A Folha repete a estratégia hoje em relação ao INA, da Fiesp.

    ResponderExcluir
  4. não dava para esperar outra coisa do PIG, mas até o Jornal da Globo, apesar da evidente má vontade do Sardenberg reconheceu que em Janeiro o índice sempre sobe um pouco. E a Cristiane Pelajo elogiou o bom momento do brasil ...

    ResponderExcluir

Postar um comentário

O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe