O blogueiro Cesar Maia (DEM), que no momento acumula também a função de prefeito do Rio de Janeiro, é um bom analista de alguns temas que entende mais profundamente (interpretação de pesquisas, um pouco de administração pública e economia, por exemplo). É claro que tudo que Maia escreve tem o viés de quem está no jogo político, mas alguns de seus comentários merecem ser lidos com mais atenção porque revelam enfoques originais. Nesta quarta-feira, o blogueiro-prefeito escreve sobre a tramitação do Orçamento da União e acerta em 90% do que diz, só escorrega quando diz que os empenhos feitos no ano anterior são ilegais - ao contrário, estão absolutamente dentro da regra. Pela maneira clara com que explica o mecanismo, vale a pena ler o comentário.
O ORÇAMENTO É PRESCINDÍVEL NO GOVERNO LULA!
1. O Parlamento ganha as primeiras formas, como as que tem hoje, ainda no século 15, na Inglaterra. A razão estruturante do Parlamento é a Lei de Orçamento, que na época obrigava o Rei a aprovar os novos impostos ou aumento dos anteriores, que queria usar.
2. No século 18, os poderes distintos, passam a constituir a ossatura do regime democrático. A Lei de Orçamento renova a cada ano as limitações e as obrigações do poder executivo. O absolutismo -em ultima instância- é o Poder Executivo governar sem Lei de Orçamento.
3. Nos Estados Unidos, o Congresso além de aprovar a Lei de Orçamento, ainda a executa, através de uma comissão mista de deputados e senadores, responsável por empenhar as despesas. No Reino Unido, os orçamentos bianuais aprovados -mesmo se para serem aplicados a menos, em seus detalhes, requerem autorização legislativa.
4. O governo Lula governa, tranqüilamente, sem Lei de Orçamento. Empenha ilegalmente no final do ano o orçamento não aprovado e despesas sequer iniciadas no ano anterior. Abre o orçamento por medidas provisórias, quando bem entende. Para constituir uma CPI o governo mobiliza suas bases -faz e acontece. Mas para aprovar a Lei de Orçamento, não mexe uma palha: tanto faz.
5. Mesmo as leis orçamentárias mais flexíveis para o poder executivo, não permitem que o executivo crie novos programas por ato administrativo. Mas para o governo Lula isso tanto faz. Não dá a mínima bola para a aprovação da lei de orçamento, governa sem ela, cria orçamento por medida provisória, empenha de um ano para outras despesas inexistentes no ano anterior, cria programas administrativamente, e vai levando.
6. Muitas vezes se fala em democracias incompletas, imperfeitas. Mas nesse caso, quando a coluna vertebral das relações entre o legislativo, e o executivo, da própria razão última do parlamento, dos limites do executivo, sua dependência às leis para seu gasto, deixam de existir, já não se pode falar em regime democrático. É o que ocorre este ano, e vem ocorrendo nos anos anteriores.
O ORÇAMENTO É PRESCINDÍVEL NO GOVERNO LULA!
1. O Parlamento ganha as primeiras formas, como as que tem hoje, ainda no século 15, na Inglaterra. A razão estruturante do Parlamento é a Lei de Orçamento, que na época obrigava o Rei a aprovar os novos impostos ou aumento dos anteriores, que queria usar.
2. No século 18, os poderes distintos, passam a constituir a ossatura do regime democrático. A Lei de Orçamento renova a cada ano as limitações e as obrigações do poder executivo. O absolutismo -em ultima instância- é o Poder Executivo governar sem Lei de Orçamento.
3. Nos Estados Unidos, o Congresso além de aprovar a Lei de Orçamento, ainda a executa, através de uma comissão mista de deputados e senadores, responsável por empenhar as despesas. No Reino Unido, os orçamentos bianuais aprovados -mesmo se para serem aplicados a menos, em seus detalhes, requerem autorização legislativa.
4. O governo Lula governa, tranqüilamente, sem Lei de Orçamento. Empenha ilegalmente no final do ano o orçamento não aprovado e despesas sequer iniciadas no ano anterior. Abre o orçamento por medidas provisórias, quando bem entende. Para constituir uma CPI o governo mobiliza suas bases -faz e acontece. Mas para aprovar a Lei de Orçamento, não mexe uma palha: tanto faz.
5. Mesmo as leis orçamentárias mais flexíveis para o poder executivo, não permitem que o executivo crie novos programas por ato administrativo. Mas para o governo Lula isso tanto faz. Não dá a mínima bola para a aprovação da lei de orçamento, governa sem ela, cria orçamento por medida provisória, empenha de um ano para outras despesas inexistentes no ano anterior, cria programas administrativamente, e vai levando.
6. Muitas vezes se fala em democracias incompletas, imperfeitas. Mas nesse caso, quando a coluna vertebral das relações entre o legislativo, e o executivo, da própria razão última do parlamento, dos limites do executivo, sua dependência às leis para seu gasto, deixam de existir, já não se pode falar em regime democrático. É o que ocorre este ano, e vem ocorrendo nos anos anteriores.
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