O que vai abaixo é o artigo do autor destas Entrelinhas para o Correio da Cidadania. Em primeira mão para os leitores do blog.
O governo federal decidiu mudar as regras para o uso dos cartões corporativos. Fez bem, pois de fato estavam ocorrendo abusos.
Há um aspecto desta questão, porém, que o público não está percebendo muito bem: saques de dinheiro vivo à parte, o uso do cartão corporativo ajuda o controle da sociedade sobre o gasto dos altos funcionários da burocracia federal. Sabemos que o ministro Orlando Silva passou o cartão em uma tapiocaria ou que a ministra Matilde gastou R$ 100 no bar Canto Madalena exatamente porque esses gastos estão sendo feitos por cartão de crédito. Ou seja, o cartão é um instrumento que favorece a transparência no trato da burocracia com o dinheiro público. Com o veto aos saques de dinheiro vivo, tal instrumento fica limitado exatamente ao que se imagina que ele deva servir, isto é, para que os funcionários públicos paguem suas despesas em situações de trabalho (almoços, viagens etc) de forma prática e ágil. Desta forma, cada centavo gasto pode ser verificado pela opinião pública.
É preciso deixar a hipocrisia de lado na questão dos gastos (e também dos salários) da burocracia estatal. Alguém já se interessou em saber como o governador José Serra (PSDB) e seus secretários gastam o dinheiro do contribuinte? Há alguma transparência na prestação de contas do governo paulista? Ou do governo de Minas, do também tucano Aécio Neves? Desde a sua gestão prefeitura, por exemplo, Serra tem arrumado maneiras nem sempre muito éticas de pagar melhor seus secretários e funcionários de alto escalão. Em geral, ele nomeia os secretários para vagas disponíveis em conselhos das poucas estatais que os tucanos ainda não venderam em São Paulo, fazendo com que cada um receba jetons e verbas extras pela representação nos tais conselhos.
Se Serra acha que os salários do funcionalismo estão baixos, especialmente os do primeiro escalão, deveria ter a coragem de comprar esta briga. Na Inglaterra, os salários dos funcionários públicos são comparados com os da iniciativa privada e ajustados periodicamente, para que não resultem discrepantes com o que se paga em média no mercado. O presidente do Brasil ganha hoje exatamente R$ 8.883,45, o que é um salário ridículo para as responsabilidades que o cargo apresenta. O mesmo raciocínio vale para os ministros e secretários de estado. Remunerar melhor a alta burocracia estatal não é apenas uma maneira de evitar a corrupção, mas uma questão de justiça, dada as qualificações exigidas para os altos cargos.
A histeria da grande imprensa com os gastos nos cartões corporativos é apenas mais uma forma de jogar para a torcida, apostar no udenismo rastaquera para tentar prejudicar a imagem do governo do presidente Lula. O problema é que talvez a opinião pública esteja um pouco mais madura do que os jornalões imaginam. Ela já sabe que Orlando Silva gosta de tapioca, mas talvez queira saber direitinho como os secretários de Serra fazem para pagar os jantares no Fasano.
Em tempo: devo ao blogueiro Eduardo Guimarães a informação a seguir. O governo federal tem um portal em que é possível verificar os gastos dos ministérios com os cartões. O governo de São Paulo, ao contrário, não disponibiliza acesso às Aplicações Diretas, que incluem gastos e reembolsos dos secretários e governador. Uma pena.
O governo federal decidiu mudar as regras para o uso dos cartões corporativos. Fez bem, pois de fato estavam ocorrendo abusos.
Há um aspecto desta questão, porém, que o público não está percebendo muito bem: saques de dinheiro vivo à parte, o uso do cartão corporativo ajuda o controle da sociedade sobre o gasto dos altos funcionários da burocracia federal. Sabemos que o ministro Orlando Silva passou o cartão em uma tapiocaria ou que a ministra Matilde gastou R$ 100 no bar Canto Madalena exatamente porque esses gastos estão sendo feitos por cartão de crédito. Ou seja, o cartão é um instrumento que favorece a transparência no trato da burocracia com o dinheiro público. Com o veto aos saques de dinheiro vivo, tal instrumento fica limitado exatamente ao que se imagina que ele deva servir, isto é, para que os funcionários públicos paguem suas despesas em situações de trabalho (almoços, viagens etc) de forma prática e ágil. Desta forma, cada centavo gasto pode ser verificado pela opinião pública.
É preciso deixar a hipocrisia de lado na questão dos gastos (e também dos salários) da burocracia estatal. Alguém já se interessou em saber como o governador José Serra (PSDB) e seus secretários gastam o dinheiro do contribuinte? Há alguma transparência na prestação de contas do governo paulista? Ou do governo de Minas, do também tucano Aécio Neves? Desde a sua gestão prefeitura, por exemplo, Serra tem arrumado maneiras nem sempre muito éticas de pagar melhor seus secretários e funcionários de alto escalão. Em geral, ele nomeia os secretários para vagas disponíveis em conselhos das poucas estatais que os tucanos ainda não venderam em São Paulo, fazendo com que cada um receba jetons e verbas extras pela representação nos tais conselhos.
Se Serra acha que os salários do funcionalismo estão baixos, especialmente os do primeiro escalão, deveria ter a coragem de comprar esta briga. Na Inglaterra, os salários dos funcionários públicos são comparados com os da iniciativa privada e ajustados periodicamente, para que não resultem discrepantes com o que se paga em média no mercado. O presidente do Brasil ganha hoje exatamente R$ 8.883,45, o que é um salário ridículo para as responsabilidades que o cargo apresenta. O mesmo raciocínio vale para os ministros e secretários de estado. Remunerar melhor a alta burocracia estatal não é apenas uma maneira de evitar a corrupção, mas uma questão de justiça, dada as qualificações exigidas para os altos cargos.
A histeria da grande imprensa com os gastos nos cartões corporativos é apenas mais uma forma de jogar para a torcida, apostar no udenismo rastaquera para tentar prejudicar a imagem do governo do presidente Lula. O problema é que talvez a opinião pública esteja um pouco mais madura do que os jornalões imaginam. Ela já sabe que Orlando Silva gosta de tapioca, mas talvez queira saber direitinho como os secretários de Serra fazem para pagar os jantares no Fasano.
Em tempo: devo ao blogueiro Eduardo Guimarães a informação a seguir. O governo federal tem um portal em que é possível verificar os gastos dos ministérios com os cartões. O governo de São Paulo, ao contrário, não disponibiliza acesso às Aplicações Diretas, que incluem gastos e reembolsos dos secretários e governador. Uma pena.
Paulo Bernardo disse que PSDB e DEM querem a criação da CPI da Tapioca.
ResponderExcluirahhaah
Mas voltando ao assunto, a criação do Cartão Corporativo foi uma das melhores coisas da gestão FHC, uma pena que o PIG faz de tudo para desinformar a população sobre o verdadeiro proposito do mecanismo.
Quanto a questão de salários, também acho uma tremenda hipocrisia os executivos do poder publico ganharem o que ganham, e não ter coragem de comprar uma briga por um salario compativel com o cargo. É daí que começa a corrupção. Políticos e imprensa, em queda de braço (ou não), jogando para a torcida.
um abraço
Por falar em PIG, o Senhor Serra diminuiu o salário de uma grande quantidade de professores, em até R$300,00, entre eles eu.
ResponderExcluirDeve ser por ganhar muito.
Divulguem.
Avelino