Por que os blogs direitistas (Reinaldo Azevedo e Olavão à frente, para não falar de Nariz Gelado e outros menos cotados) não comentaram a foto do governador José Serra sorrindo ao lado de Lulinha, o tal gênio da Gamecorp? É certo que a turma de-tes-tou a foto, mas a compreensão deste pessoal com os atos de Serra também é uma coisa comovente e a explicação é simples: eles sabem que o governador paulista é o único político, hoje, capaz de enfrentar o lulismo com alguma chance em 2010. Isto, é claro, se Lula não for o candidato, porque neste caso, a julgar pelas pesquisas de opinião, não haveria adversário para o presidente.
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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