Na semana passada, circularam histórias escabrosas sobre o depoimento de Marcos Valério à Justiça, no processo do mensalão. Um jornal chegou a publicar os boatos, informando que o carequinha envolveria o ex-ministro Antonio Palocci no escândalo. Ontem, véspera de Carnaval, Valério depôs por 7 horas e não disse palavra sobre Palocci. Aliás, não disse nada que já não fosse conhecido e ainda livrou a cara de José Genoino, que não teria conhecimento das operações de empréstimo do partido, embora tenha assinado o aval para elas. O blogueiro Ricardo Noblat matou a charada: o que Valério ganha abrindo o bico? Ganha mais, certamente, mantendo a boca fechada...
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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