O sucesso das negociações em torno da presidência da CPI Mista que investigará o uso indevido dos Cartões Corporativos apenas prova a hipótese lançada neste blog quando a oposição começou a urrar pelos corredores do Congresso: "queremos CPI, queremos CPI". Vamos relembrar: em uma das raríssimas vezes em que a atrapalhada articulação política do Planalto agiu com rapidez no Congresso, o governo devolveu os berros de Virgílio e seus companheiros com um desafio singelo: "Nós também queremos CPI e vamos investigar a bandalheira toda, desde 1998, quando foram criados os cartões".
A oposição ficou então com "medinho", como diria o impagável Capitão Nascimento, enfiou o rabo entre as pernas e foi pensar no que fazer para evitar a descoberta dos vinhos Romanée Conti comprados com o cartão da bandeira FHC, ao módico preço de R$ 28 mil a garrafa. Sem solução à vista, o jeito foi começar a negociar com o governo.
No meio do caminho, o acordão esbarrou na composição da CPI, pois o PMDB não queria abrir mão do seu direito legal de ficar com a presidência da Casa. Tucanos e Democratas perceberam que se aceitassem as regras que a base aliada queria impor, não conseguiriam nem jogar para as suas torcidas, como vinham fazendo, e passaram então a ameaçar com a CPI no Senado – curiosamente, esta era a proposta inicial do governo!
Conversa daqui, conversa dali, o acordo finalmente foi selado hoje: o PSDB fica com o presidência da Comissão, que vai investigar uma porção de coisas, mas não os gastos do ex-mandarim Fernando Henrique Cardoso e do presidente Lula.
Agora, o jogo vai ser apenas para a torcida. PSDB e DEM ganharam um palanquinho udenista em ano eleitoral e o governo, uma coceirinha no dedão do pé, nada que não dê para suportar até junho, quando os trabalhos da CPI deverão ser encerrados.
No fundo, o que está indo para o forno é uma pizza bem saborosa, embora a opinião pública talvez fique com a impressão de que tucanos e democratas estão realmente fazendo oposição. Só impressão, porque neste caso, como em todos que a sigla FHC aparece, a oposição primeiro se defende, depois tenta ver se dá para tirar algum proveito.
A oposição ficou então com "medinho", como diria o impagável Capitão Nascimento, enfiou o rabo entre as pernas e foi pensar no que fazer para evitar a descoberta dos vinhos Romanée Conti comprados com o cartão da bandeira FHC, ao módico preço de R$ 28 mil a garrafa. Sem solução à vista, o jeito foi começar a negociar com o governo.
No meio do caminho, o acordão esbarrou na composição da CPI, pois o PMDB não queria abrir mão do seu direito legal de ficar com a presidência da Casa. Tucanos e Democratas perceberam que se aceitassem as regras que a base aliada queria impor, não conseguiriam nem jogar para as suas torcidas, como vinham fazendo, e passaram então a ameaçar com a CPI no Senado – curiosamente, esta era a proposta inicial do governo!
Conversa daqui, conversa dali, o acordo finalmente foi selado hoje: o PSDB fica com o presidência da Comissão, que vai investigar uma porção de coisas, mas não os gastos do ex-mandarim Fernando Henrique Cardoso e do presidente Lula.
Agora, o jogo vai ser apenas para a torcida. PSDB e DEM ganharam um palanquinho udenista em ano eleitoral e o governo, uma coceirinha no dedão do pé, nada que não dê para suportar até junho, quando os trabalhos da CPI deverão ser encerrados.
No fundo, o que está indo para o forno é uma pizza bem saborosa, embora a opinião pública talvez fique com a impressão de que tucanos e democratas estão realmente fazendo oposição. Só impressão, porque neste caso, como em todos que a sigla FHC aparece, a oposição primeiro se defende, depois tenta ver se dá para tirar algum proveito.
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