A primeira página do Estadão desta quarta-feira, reproduzida ao lado, é um excelente exemplo do uso de imagens com objetivo de manipular o noticiário. A foto dos presidentes Lula e Sarkozy, em cinco colunas, é o elemento mais forte da capa. A intenção, obviamente, é mostrar Lula como um jeca deselegante, que decidiu se encontrar com o francês em mangas de camisa. Já Sarkozy aparece impecável, de terno e gravata. Se o jornal quisesse, poderia ter revelado aos seus leitores exatamente o que aconteceu, a saber: o cerimonial dos dois países acordaram que, em função da altíssima temperatura na Guiana Francesa, os dois presidentes vestiriam trajes informais. Lula agiu de acordo com o combinado, mas Sarkozy decidiu encarar o calor de terno, quebrando o protocolo. Quando Lula puxou o francês para os cumprimentos da população local, sob o sol escaldante, (está registrado na foto interna do jornal), Sarkozy percebeu a bobagem. Voltou para a sombra ensopado e o cerimonial pediu aos fotógrafos que não registrassem a cena. Depois do almoço, seco e refeito, o presidente da França voltou a posar para as câmeras. Sem as devidas explicações, a imagem passa a idéia de que foi Lula quem quebrou o protocolo. E como uma imagem vale mais do que mil palavras, o mal está feito, como provavelmente era a intenção editorial do Estadão.
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
Quanta paranóia, o Estadão apenas publicou uma imagem real dos dois presidentes e nada mais além disso. Será mesmo que existe o PIG ou é invenção da paranóia?
ResponderExcluirEste Carlos Eduardo de Maia,deve ser o anônimo lá do Desabafo País...Paranoia é vc que tem Maia.
ResponderExcluirNão é só paranóia, é teoria da conspiração - um mal que afeta todos aqueles cujas cabeças ainda estão lá nos anos 60. Dá-lhe grotão!
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