Pular para o conteúdo principal

Brasil sem dívida? Mérito de FHC...

É impressionante a desfaçatez dos jornalistas, colunistas e blogueiros bate-paus do PSDB: foi só o Brasil chegar na posição de credor externo, pondo fim à tão polêmica dívida externa que a turma saiu berrando que o país só está assim tão melhor porque o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso "iniciou este processo". Claro que a tese é um disparate sem tamanho, até porque durante todo o governo Lula os economistas ligados ao tucananto diziam que o Banco Central estava fazendo bobagem ao quitar as nossas dívidas e comprar dólar para reforçar nossas reservas em dólar. Portanto, se o governo FHC tivesse continuidade com José Serra, o candidato em 2002, ou Geraldo Alckmin, o derrotado em 2006, podem ter cereza de que o Brasil não estaria assumindo neste momento a posição de credor externo. O mérito pelo "fim" da dívida externa (claro que não é bem isto, ainda há dívida, mas o país já tem mais a receber do que pagar) é de apenas uma pessoa: Luiz Inácio Lula da Silva. Foi dele a orientação para que a política econômica austera não fosse abandonada em nenhum momento, desde a posse, em 2003.

Comentários

  1. E qual será a próxima propaganda do PSDB? " Lula copiou, e foi bom para o Brasil" ...
    não duvido nada seja mesmo !

    ---------

    Luís, nós leitores estamos ansiosos aguardando uma repercussão sua sobre o caso do Luis Nassif x Veja !!

    --------

    ps: como disse em outro post, seu blog continua frenético na campanha subliminar para eleger o Serra 2010 ... hehe

    um abraço

    ResponderExcluir
  2. Meus caros
    Para aqueles que dizem ser o fim da dívida obra e graça de FHC mostrem o gráfico publicado hoje (21/02) no caderno de Economia do Estadão.

    ResponderExcluir
  3. Juninho Bill, do antigo grupo infantil Trem da Alegria, já dizia numa música dos anos 80: "paguem logo a nossa dívida, senão vai sobrar pra gente...". Ninguém nos anos 80 e muito menos nos 90 pagou a dívida, pelo contrário, ela se tornou colossal no fim do governo FHC, e nossas reservas ridículas.

    Agora, estamos com um enorme conforto, para ampla satisfação de Juninho Bill e de toda aquela geração que viu o Brasil emperrado em seu crescimento por conta exatamente da dívida.

    O PSDB acha errado isso porque a lógica deles é a submissão americana, é claro, eles são sustentados pela GGG (Grande Grana Global), a começar pelo grande guru FHC, que recebeu tutu da CIA através da Fundação Ford em 1969, como já ficou provado.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe