Este blog tem a honra de contar a partir de hoje com a colaboração de Ricardo Musse, professor do departamento de sociologia da Universidade de São Paulo, doutor em Filosofia pela USP e um dos maiores especialistas brasileiros em sociologia histórica do marxismo. Neste primeiro texto, Musse analisa o debate da TV Globo e afirma que a tensão e o nervosismo dominaram o programa. A seguir, a íntegra do comentário do professor:
O debate foi tenso, muito mais do que era previsível, tendo em vista que a eleição – como apontam todas as pesquisas – já está decidida. O que se jogava ali era o tamanho da vitória de Lula. A diferença entre os votos é irrelevante para decidir o resultado da eleição, basta ter um voto a mais, mas é decisiva para o futuro político dos dois candidatos. Uma margem ampla garante a Lula facilidades na negociação política, na “governabilidade”. Uma margem estreita qualifica Alckmin para postular a presidência em 2010.
O nervosismo dos candidatos, mais evidente no primeiro bloco, menor ao final, advinha também das regras e da parafernália do modelo imposto pela Rede Globo. Eles demoraram a se localizar no espaço, a aprenderem para qual câmara olhar. O cuidado em não errar era maior que o esforço de acertar. Utilizaram pouco um recurso que, diferentemente dos outros debates, este permitia: quem falava por último podia fazer afirmações fortes contra o adversário sem ser contestado. Não havia como retrucar na fala seguinte, recurso utilizado recorrentemente nos debates anteriores.
Alckmin entrou no debate com a vantagem do franco-atirador. Sua tarefa consistia em semear a dúvida no eleitor que entre um turno e outro decidiu-se por Lula. Desempenhou-se bem nesse ponto, mas logo tornou a exagerar no tom e recaiu no erro mais primário de sua campanha – dizer que tudo vai mal num país em que o governo detém indíces recordes de apovação.
A tarefa de Lula era mais difícil, consistia em não perder os votos de milhões de eleitores que agragou a sua campnha nesse segundo turno. Procurou afastar-se de temas e posições polêmicas e sentiu-se pouco à vontade neste papel. Teve seus melhores momentos quando Alckmin o forçou a tomar posição. Na situação de confronto seu discurso (como se deu ao longo do segundo turno) encaminhou-se para a esquerda e transmitiu ao eleitor uma maior credibilidade.
O debate foi tenso, muito mais do que era previsível, tendo em vista que a eleição – como apontam todas as pesquisas – já está decidida. O que se jogava ali era o tamanho da vitória de Lula. A diferença entre os votos é irrelevante para decidir o resultado da eleição, basta ter um voto a mais, mas é decisiva para o futuro político dos dois candidatos. Uma margem ampla garante a Lula facilidades na negociação política, na “governabilidade”. Uma margem estreita qualifica Alckmin para postular a presidência em 2010.
O nervosismo dos candidatos, mais evidente no primeiro bloco, menor ao final, advinha também das regras e da parafernália do modelo imposto pela Rede Globo. Eles demoraram a se localizar no espaço, a aprenderem para qual câmara olhar. O cuidado em não errar era maior que o esforço de acertar. Utilizaram pouco um recurso que, diferentemente dos outros debates, este permitia: quem falava por último podia fazer afirmações fortes contra o adversário sem ser contestado. Não havia como retrucar na fala seguinte, recurso utilizado recorrentemente nos debates anteriores.
Alckmin entrou no debate com a vantagem do franco-atirador. Sua tarefa consistia em semear a dúvida no eleitor que entre um turno e outro decidiu-se por Lula. Desempenhou-se bem nesse ponto, mas logo tornou a exagerar no tom e recaiu no erro mais primário de sua campanha – dizer que tudo vai mal num país em que o governo detém indíces recordes de apovação.
A tarefa de Lula era mais difícil, consistia em não perder os votos de milhões de eleitores que agragou a sua campnha nesse segundo turno. Procurou afastar-se de temas e posições polêmicas e sentiu-se pouco à vontade neste papel. Teve seus melhores momentos quando Alckmin o forçou a tomar posição. Na situação de confronto seu discurso (como se deu ao longo do segundo turno) encaminhou-se para a esquerda e transmitiu ao eleitor uma maior credibilidade.
Mais uma vez estou confiante que a minha decisão, a de votar no Lula, está certa. O que mais eu destaquei(entre várias coisas)nas conversas que tive com as pessoas que não votam no Lula, é o preconceito que a pessoas têm com a personagem "Lula". Esse preconceito vem disfarçado de escândalos e afins(ter preconceito é feio nesse país, ha ha). Essas mesmas pessoas se esquecem que o partido do senhor Chuchu tb protagonizou cenas memoráveis de corrupção.
ResponderExcluirQue Deus nos abençoe domingo e que, independente de quem vença, o País saia ganhando!!!