A pergunta que não quer calar é: Alckmin caiu porque bateu demais no debate da TV Bandeirantes? As pesquisas mostram que o candidato tucano só perdeu desde o início da campanha de segundo turno, então um analista apressado pode afirmar categoricamente: Alckmin pesou na mão, bateu demais, passou por arrogante. É verdade, e este blog também acha que o tucano perdeu votos ao se apresentar tão agressivo. Mas não foi só isto. O apoio de Garotinho, na humilde opinião deste escriba, também tirou mais votos do que agregou. E está funcionando muito bem a tática petista de confrontar Geraldo Alckmin com a obra tucana – os 8 anos de mandato de Fernando Henrique. Alguns chamam a coisa de chantagem ou tática do medo, mas o fato é que Lula e o PT estão a dizer o que os tucanos realmente fizeram no verão passado. Ou não foi FHC quem privatizou a Vale do Rio Doce e a Telebrás? Ou não foi no mandato de Cardoso que os brasileiros tiveram que passar o ridículo de comprar lâmpadas econômicas (e horríveis) para evitar o apagão? Ou não foi sob Fernando Henrique que começou a história de pagar deputado para votar emendas constitucionais? Medo, a população tem todo o direito de ter de um passado que ninguém tem muita saudade... Se Lula continuar batendo firme nesta toada, vai se reeleger com votação parecida com a de 2002. Se achar que já ganhou, pode aparecer um Lorenzetti para lhe tirar de novo uma vitória que parece até fácil, pelos números das pesquisas recentes. E é preciso lembrar que, ao contrário de José Serra, Alckmin não tem respeito algum pela figura mítica do ex-operário que chegou lá. Geraldinho já mostrou que é bom de briga, portanto ao PT cabe colocar as barbas de Lula de molho e continuar trabalhando muito nesses 17 dias que faltam para o pleito.
Bruno Covas, prefeito de São Paulo, morreu vivendo. Morreu criando novas lembranças. Morreu não deixando o câncer levar a sua vontade de resistir. Mesmo em estado grave, mesmo em tratamento oncológico, juntou todas as suas forças para assistir ao jogo do seu time Santos, na final da Libertadores, no Maracanã, ao lado do filho. Foi aquela loucura por carinho a alguém, superando o desgaste da viagem e o suor frio dos remédios. Na época, ele acabou criticado nas redes sociais por ter se exposto. Afinal, o que é o futebol perto da morte? Nada, mas não era somente futebol, mas o amor ao seu adolescente Tomás, de 15 anos, cultivado pela torcida em comum. Não vibravam unicamente pelos jogadores, e sim pela amizade invencível entre eles, escreve Fabrício Carpinejar em texto publicado nas redes sociais. Linda homenagem, vale muito a leitura, continua a seguir. Nos noventa minutos, Bruno Covas defendia o seu legado, a sua memória antes do adeus definitivo, para que s...
Comentários
Postar um comentário
O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.