A pergunta que não quer calar é: Alckmin caiu porque bateu demais no debate da TV Bandeirantes? As pesquisas mostram que o candidato tucano só perdeu desde o início da campanha de segundo turno, então um analista apressado pode afirmar categoricamente: Alckmin pesou na mão, bateu demais, passou por arrogante. É verdade, e este blog também acha que o tucano perdeu votos ao se apresentar tão agressivo. Mas não foi só isto. O apoio de Garotinho, na humilde opinião deste escriba, também tirou mais votos do que agregou. E está funcionando muito bem a tática petista de confrontar Geraldo Alckmin com a obra tucana – os 8 anos de mandato de Fernando Henrique. Alguns chamam a coisa de chantagem ou tática do medo, mas o fato é que Lula e o PT estão a dizer o que os tucanos realmente fizeram no verão passado. Ou não foi FHC quem privatizou a Vale do Rio Doce e a Telebrás? Ou não foi no mandato de Cardoso que os brasileiros tiveram que passar o ridículo de comprar lâmpadas econômicas (e horríveis) para evitar o apagão? Ou não foi sob Fernando Henrique que começou a história de pagar deputado para votar emendas constitucionais? Medo, a população tem todo o direito de ter de um passado que ninguém tem muita saudade... Se Lula continuar batendo firme nesta toada, vai se reeleger com votação parecida com a de 2002. Se achar que já ganhou, pode aparecer um Lorenzetti para lhe tirar de novo uma vitória que parece até fácil, pelos números das pesquisas recentes. E é preciso lembrar que, ao contrário de José Serra, Alckmin não tem respeito algum pela figura mítica do ex-operário que chegou lá. Geraldinho já mostrou que é bom de briga, portanto ao PT cabe colocar as barbas de Lula de molho e continuar trabalhando muito nesses 17 dias que faltam para o pleito.
No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...
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