Pular para o conteúdo principal

Se Roseana vencer eleição no Maranhão, PFL pode ficar sem a maior bancada no Senado

Os jornais estão repletos de matérias sobre as novas bancadas do Congresso, os números da votação para presidência nos Estados e os acordos que já começaram a ser negociados pelos dois candidatos que disputarão o segundo turno presidencial. Além da numeralha, há as interpretações dos cientistas políticos, muitos dos quais procurando puxar a sardinha para o grupo político ao qual são simpáticos. No meio de tanta informação e desinformação, alguns fatos merecem ser ressaltados. Vamos a eles a partir deste post:

PFL conseguiu a maior bancada no Senado - vários jornais noticiaram que o PFL passou a ser a maior bancada do Senado após as eleições. Não é bem assim. É verdade que hoje o partido de ACM e Bornhausen teria 18 senadores, superando em 3 senadores o PMDB, maior bancada atual. O problema é que "hoje" é uma situação provisória, uma vez que há 7 senadores disputando o segundo turno para governador (um deles, Leonel Pavan, para vice-governador) de Estados. Pode parecer pouca coisa, mas muda tudo. Se Roseana Sarney vencer a disputa para o governo do Maranhão, assume o suplente, que é do PMDB. Assim, o PFL teria 17 senadores e o PMDB subiria para 16. Se os senadores Garibaldi Alves (RN) ou José Maranhão (PB) perderem a eleição em seus estados, voltam para o Senado e neste caso o PMDB superaria o PFL. Basta a derrota de apenas um deles para que PFL e PMDB empatem na liderança. Há também a possibilidade do PMDB superar o PFL com a vitória de Luiz Henrique da Silveira em Santa Catarina, pois neste caso Leonel Pavan (PSDB) se torna vice-governador. O suplente de Pavan, Neuto de Conto, é do PMDB. Tudo somado, o PFL dificilmente permanecerá a maior bancada do Senado, até porque Roseana é favorita no Maranhão e Luiz Henrique, em Santa Catarina. Para permanecer a maior bancada, portanto, é bom os pefelistas torcerem bastante... contra Roseana Sarney no Maranhão.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe