Foi meio patético ver o tucano Geraldo Alckmin acusar Lula de "privatista" na questão da Amazônia, no debate da TV Globo. Não dá para entender por que o PSDB não assume de vez que é, sim, favorável às privatizações e defende o que foi feito durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Pode não dar voto, mas seria mais digno. No Brasil, a direita não gosta de dizer que é... direita. Alckmin mesmo não falou outro dia que estava "à esquerda" de Lula. Quem escuta um troço desses deveria reclamar no Procon - ou propaganda enganosa é em outro departamento?
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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